terça-feira, 13 de dezembro de 2011

RELATOR MUDA TEXTO PARA PERMITIR BEBIDAS ALCOOLICAS NOS ESTADIOS BRASILEIROS DURANTE A COPA DO MUNDO 2014

Relator da Lei Geral muda texto e libera bebida em estádio só na Copa

Texto previa mudar Estatuto do Torcedor e liberar álcool permanentemente.
Votação do texto seria nesta terça (13), mas foi adiada por falta de acordo.

Débora Santos Do G1, em Brasília
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O relator da Comissão Especial da Lei Geral da Copa na Câmara, deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), alterou nesta terça-feira (13) o texto do relatório final para liberar a venda de bebidas alcoólicas em estádios somente durante o Mundial de 2014.
O texto apresentado na semana passada previa mudança no Estatuto do Torcedor, que atualmente proíbe bebida em estádio, o que tornaria permanente a venda do álcool durante os jogos no país.
De acordo com o relator, a mudança apresentada nesta terça foi feita a pedido do governo federal e do Ministério da Saúde, que pretende discutir de forma mais ampla as mudanças no Estatuto do Torcedor.
A votação do relatório final, prevista para esta terça, foi adiada por falta de acordo. Alguns parlamentares alegaram que não tiveram acesso ao texto com antecedência. A previsão é que a comissão volte a se reunir nesta quinta-feira (15) para votar o relatório.
Vicente Cândido disse que o adiamento da votação foi "fruto do processo democrático". "Na última reunião tiveram vistas do projeto e procuramos dialogar até a última hora com deputados, governo, Fifa e entidades. Um projeto dessa natureza só prospera se tiver acordo. Ninguém quer votar atordoadamente."
Copos de papel
Ainda em relação ao consumo de bebidas, a versão atual do projeto prevê a venda de bebidas alcoólicas também nas arquibancadas, em copos de papel. Na versão anterior, o consumo era permitido apenas em bares e camarotes dentro dos estádios.
O relator comentou declarações do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que criticou a liberação de bebida nos estádios brasileiros.
“Também acho enviesado esse discurso de achar que o problema da embriaguez no Brasil é só nos estádios. Acho que estádio é onde há menos. As pessoas vão ao estádio para torcer e não para beber. As pessoas enchem a cara em botecos. Tem de discutir outras formas de lazer, educação nas escolas e ser mais severo na educação das famílias, do que achar que proibir bebida nos estádios vai resolver este problema”, disse Cândido.
Preços mais baixos
Outra mudança importante foi a retirada dos idosos do grupo de beneficiados com os ingressos mais baratos, chamados de ingressos do Grupo 4. Segundo o relator, a retirada ocorreu porque os idosos já têm direito à meia-entrada conforme a legislação brasileira.
Com isso, sobrariam mais ingressos para os demais que têm direito ao valor mais baixo, como estudantes, portadores de deficiência, indígenas e participantes de programa de transferência de renda.
A Lei Geral prevê reserva de pelo menos 300 mil ingressos - dentre os cerca de 1 milhão que serão colocados à venda direcionados a brasileiros - para  com preço sugerido de R$ 50.
Calendário
Também foi apresentada nesta terça mudança no calendário escolar de 2014 para antecipar o início das aulas e aumentar o período das férias de julho em toda a rede escolar.
Na maioria dos estados, as aulas começam no fim de fevereiro e as férias de meio de ano duram todo o mês de julho. De acordo com o calendário proposto pelo deputado, que valeria, segundo ele, tanto para rede pública quanto para rede privada, o ano letivo começará no dia 20 de janeiro de 2014 e as férias do meio de ano vão de 11 de junho a 21 de julho.
O deputado disse também que sua intenção, com a alteração no calendário das aulas, é desafogar o trânsito e desestimular que estados e municípios instituam feriados, conforme prevê a Lei Geral.
Se aprovado na comissão, o texto, que tramita em regime de prioridade, vai direto para o plenário. Depois, ainda precisa ir para o Senado antes de ser sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
AeroportosNa semana passada, a Comissão Especial da Lei Geral da Copa se reuniu para uma apresentação dos principais pontos do projeto. Uma das propostas debatidas foi a utilização de aeroportos militares como forma de aliviar a demanda por aeroportos civis durante a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
A proposta é resultado de uma emenda de autoria do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ). A intenção é discutir com o Ministério da Defesa o uso dos aeroportos militares para se receber delegações de atletas e autoridades dos países participantes do evento.

BRASIL NOVO EL DORADO DOS AFRICANOS

Le Brésil, nouvel eldorado des Africains?

Entrepreneurs, étudiants, réfugiés, de plus en plus d’Africains immigrent au Brésil et grossissent les rangs d’une diaspora jusqu’alors très minoritaire. La fermeture des frontières européennes n’est pas la seule raison : la législation brésilienne s’assouplit et les opportunités se multiplient.

Les présidents brésilien Luis Inacio Lula da Silva et sud-africain Jacob Zuma à Prétoria, 9 juillet 2010. REUTERS/Thomas Mukoya
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Mise à jour du 17 novembre: la présidente du Brésil Dilma Rousseff a effectué en octobre son premier voyage officiel sur le continent africain depuis sa prise de fonction en janvier 2011. Elle a visité l'Afrique du Sud, le Mozambique et l'Angola. Elle prévoit d'envoyer d’ici la fin novembre dans ces trois pays une délégation de l'Agence de promotion des exportations, avec des industriels brésiliens en quête d'investissements et d'opportunités commerciales. Comme son prédécesseur, elle mise sur le renforcement des relations avec l'Afrique pour devenir d’ici 2022 la cinquième économie mondiale.
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Les échos d’un vieux tube du chanteur congolais Papa Wemba, une odeur de ragout à l’igname… une ambiance africaine règne sur la place de la República. C’est ici, en plein cœur de São Paulo, que se réunissent régulièrement les membres de la communauté africaine.  

Des investissements angolais

« En Angola, j’avais une entreprise de composants électriques. Pendant dix ans j’ai économisé pour réunir la somme minimum que le gouvernement brésilien exige pour délivrer un visa d’investisseur, raconte José Narciso. Dès que je l’ai reçu je suis venu m’établir dans la capitale économique brésilienne ».
Le montant total des investissements des Angolais reste modeste mais il a été multiplié par 3 en deux ans. Et ils sont désormais les Africains qui investissent le plus au Brésil (17ème rang mondial).
En outre, la nouvelle présidente de la République, Dilma Rousseff, vient de durcir les mesures protectionnistes pour favoriser l’investissement sur place et réduire les importations. « Alors pour profiter de la forte croissance brésilienne plusieurs de mes amis restés en Angola ont franchi le cap et contacté les services d’immigration », commente José Narciso.
« Les démarches administratives demeurent laborieuses mais la situation évolue dans le bon sens, ajoute le quinquagénaire, qui, à travers son réseau, fournit une aide aux aspirants à l’immigration. Et au-delà des opportunités économiques, le Brésil compte déjà une forte population d’ascendance africaine, ce qui facilite notre intégration dans le pays ».
Pour les ressortissants des anciennes colonies portugaises (Angola, Mozambique, Cap-Vert et Guinée-Bissau), la maitrise de la langue est également un atout. Et pour les autres, un réseau de centres culturels dispense des cours gratuitement. « Les autorités gouvernementales et plusieurs ONG nous aident dès notre arrivée : je vais être logé et nourri gratuitement », témoigne Nelson, qui vient d’obtenir son visa étudiant. Le jeune homme fait partie des 2000 Cap-Verdiens qui étudient actuellement au Brésil sur une communauté totale de 5000 membres.

Le rôle essentiel de Lula

« Je vais intégrer la première promotion de l’Unilab », annonce-t-il fièrement. Cette Université, qui a ouvert ses portes le 25 mai dernier, est le fruit d’un concept novateur : la moitié des places est réservée à des élèves africains et l’ensemble de la promotion étudiera au Brésil ainsi que dans une des universités africaines partenaires.
C’est Lula, l’ancien président, qui est à l’initiative de ce projet. Sous son aire, le Brésil s’est affirmé sur la scène internationale et a fait de l’Afrique une de ses priorités. Le lieu qui accueille la nouvelle université est d’ailleurs symbolique: la ville de Redenção a été la première à abolir l’esclavage en 1884.
 « Pendant trois cent ans, des Africains ont été emmenés de force pour travailler dans les plantations. Aujourd’hui nous venons d’égal à égal, étudier et faire du commerce », conclut Nelson.
Anne-Gaëlle Rico

BRASIL UM GIGANTE AFRICANO

Le Brésil, un géant qui émerge en Afrique

Le président Lula avait choisi l'Afrique comme priorité stratégique pour le Brésil. Les liens diplomatiques ont été renforcés et les échanges économiques grimpent en flèche.

Le 8 mai, le président du Mozambique Armando Guebuza (au centre) a inauguré la mine du brésilien Vale. AFP/Johannes Myburgh
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Mise à jour du 17 novembre: la présidente du Brésil Dilma Rousseff a effectué en octobre son premier voyage officiel sur le continent africain depuis sa prise de fonction en janvier 2011. Elle a visité l'Afrique du Sud, le Mozambique et l'Angola. Elle prévoit d'envoyer d’ici la fin novembre dans ces trois pays une délégation de l'Agence de promotion des exportations, avec des industriels brésiliens en quête d'investissements et d'opportunités commerciales. Comme son prédécesseur, elle mise sur le renforcement des relations avec l'Afrique pour devenir d’ici 2022 la cinquième économie mondiale.
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Des représentants de 28 pays africains étaient au mois de mai 2011 en mission d'observation au Brésil dans le cadre du programme de coopération signé en 2010 entre le géant sud-américain et le continent. L'aboutissement d'un processus initié par Luis Inácio Lula da Silva à son arrivée au pouvoir en 2003 et qui a fait de l’Afrique une priorité stratégique pour le Brésil.
C'est d'abord sur le terrain politico-diplomatique que le Planalto (le palais présidentiel de Brasilia) a cherché à élargir sa zone d'influence en ouvrant des ambassades: le Brésil en avait 13 en 2002 sur le continent, il en a aujourd'hui 32. Le président Lula a effectué 28 visites d’Etat en Afrique de 2003 à 2010 (contre 9 en Amérique du Nord), accompagné de chefs d'entreprises. Il a même été l’invité d’honneur du 13e sommet de l’Union africaine (UA) à Syrte, en Libye, en juin 2009. A la tribune, il a rappelé que le Brésil et l'Afrique ont des liens culturels comme la langue, la musique ou la religion, et a souligné que le Brésil «n'a pas de passé colonial».
Cette activité politique s'inscrit dans une démarche visant à développer une coopération Sud-Sud et non plus seulement Nord-Sud: en novembre 2006, le premier sommet Afrique-Amérique du Sud (Afras) à Abuja, la capitale du Nigeria, a entériné un plan d’action dans ce sens. «Les affinités historiques, techniques, culturelles, linguistiques et économiques, ainsi que les héritages et les aspirations partagées» font que les expériences brésiliennes «sont généralement plus adaptées» en Afrique que celles des «partenaires issus de nations traditionnelles», a indiqué Marco Farani, directeur de l'Agence brésilienne de coopération (ABC), qui insiste également sur le terme d'«échange» d'expériences.

La «révolution verte»

De fait, le président Lula a cherché à marquer sa différence lors du Sommet de l'UA en lançant l'idée d'une «révolution verte» dans le cadre d'un Dialogue Brésil-Afrique sur la sécurité alimentaire, la lutte contre la faim et le développement rural (PDF). Vaste programme. L'idée a fait son chemin et s'est concrétisée par une rencontre officielle des ministres de l'Agriculture africains, des autorités brésiliennes et de représentants de l'UA, de l'ONU, de la Banque mondiale et d'organisations non gouvernementales, à Brasilia en mai 2010. Lors de la présentation de ce Dialogue Brésil-Afrique, Celso Amorim, ministre des Affaires étrangères de 2003 à 2010, a une nouvelle fois martelé le même discours:  
«Le Brésil et l’Afrique sont liés par des liens historiques, culturels et démographiques indiscutables» et «le continent africain a toujours constitué une priorité pour l'actuelle politique étrangère brésilienne», celle de Lula.
Ce programme est piloté au Brésil par l'ABC, qui n'a pas les mêmes moyens que les agences européennes ou nord-américaines, mais est une des premières émanant d'un pays en développement, devenu la 8e puissance mondiale. Un modèle brésilien? Cela semble être en tout cas l'avis du Programme des Nations unies pour le développement (Pnud): ses directeurs Amérique latine et Afrique se sont rencontrés au Brésil en mars 2011 pour renforcer leur soutien, y compris financier, à cette coopération. La coordinatrice des programmes du Pnud Brésil, Maristela Baioni, a relevé «les expériences réussies en matière de sécurité alimentaire, d'agriculture, de réduction de la pauvreté et d'éradication de la faim». Expériences à mettre au crédit de Lula, qui a lancé dès son accession au pouvoir le programme «Faim Zéro» et mis en place une aide financière pour les plus démunis, la Bolsa familia.
Dans le cadre du Dialogue Brésil-Afrique, le gouvernement de Brasilia s'est engagé à mener 10 projets-pilotes agricoles. Il a ouvert un bureau de l'Institut brésilien de recherche agroalimentaire (Embrapa) à Accra, au Ghana: 95.000 dollars (66.170 euros) viennent d'être débloqués pour moderniser la production agricole familiale, et 171 centres de mécanisation agricole seront installés dans le pays en 2011-2012, avec des machines importées du Brésil. Ces fonds proviennent de la Chambre brésilienne du commerce extérieur, qui a approuvé en novembre 2010 un plan de financement de 640 millions de dollars (446 M€) sur deux ans destiné à l'agriculture vivrière.
Concernant la santé, de nombreux pays suivent avec attention la politique brésilienne de lutte contre le sida: le pays a produit dès 1996 des médicaments génériques accessibles aux populations les plus démunies, ce qui lui a valu des poursuites. Des accords viennent d'être signés avec le Mozambique et le Sénégal pour une fabrication locale d'antirétroviraux.
Autre particularité brésilienne figurant au programme des «échanges d'expériences»: les biocarburants. Deuxième producteur et premier exportateur mondial d'éthanol, le Brésil cherche à exporter sa technologie en Afrique, vantant les bénéfices pour développer l'agriculture et réduire la dépendance au pétrole.

Priorité à l'Angola

Pour le Brésil, la coopération gouvernementale, essentiellement technologique, est encore plus forte avec les Pays africains de langue officielle portugaise, les Palop, autrement dit l'Angola, le Mozambique, le Cap-Vert, la Guinée-Bissau, São Tomé e Principe.
En mai 2011, l'Agence brésilienne de promotion des exportations et investissements (Apex) a mis en avant le «marché cible de l'Angola», pour encourager les entreprises à y investir ou exporter:  
«L'Angola est un marché au potentiel énorme pour les exportations brésiliennes. Nos exportations vers ce pays sont passées de 64 millions de dollars (45 M€) en 1999 à 947 M$ (660 M€) en 2010, avec un record de 1,3 milliard en 2009», a affirmé Mauricio Borges, président d'Apex-Brésil.
L'Angola affiche il est vrai des prévisions de croissance de son PIB de 7,5% par an d'ici à 2014, et est en demande de produits manufacturés. Il est déjà l'un des trois premiers clients des exportateurs brésiliens en Afrique, la première destination des investisseurs, et un important fournisseur de pétrole pour le Brésil. Après une longue guerre civile, ce pays d'Afrique australe est en reconstruction depuis une petite décennie, financée grâce aux ressources pétrolières. Forte de ce constat et avec l'objectif d'augmenter les échanges commerciaux entre les deux pays, l'Apex a d'ailleurs ouvert en novembre 2010 son premier centre d'affaires en Afrique à Luanda, la capitale d'un pays où le Brésil est encore largement devancé par les Chinois, entre autres.

L'eldorado des mines

Cette activité politique a bien entendu donné un sérieux coup de pouce aux échanges commerciaux, qui ont plus que triplé pendant les deux mandats de Lula, passant de 6,15 milliards de dollars (4,3 milliards d'euros) en 2003 à 20,56 milliards de dollars (14,3 milliards d'euros) en 2010 (avec un pic à 25,93 milliards de dollars en 2008), selon les chiffres du ministère du Commerce extérieur. De 2003 à 2010, les exportations du Brésil en Afrique sont passées de 2,86 milliards de dollars à 9,26 milliards, mais les importations ont encore plus augmenté, passant de 3,29 à 11,30 milliards de dollars.
Plusieurs poids lourds de l'économie brésilienne ont pris pied sur le continent. Par exemple la compagnie pétrolière Petrobras, qui a signé des accords d'exploration et/ou d'exploitation avec l'Angola, le Nigeria, la Namibie, la Libye, la Tanzanie, le Sénégal ou plus récemment le Bénin. Le secteur minier est particulièrement important en Afrique et Vale, numéro un mondial du minerai de fer, est déjà présent au Gabon (manganèse), en Angola (cuivre, nickel), en Afrique du Sud (logistique), en Guinée (bauxite), en Zambie (cuivre), en République démocratique du Congo (cuivre, cobalt), au Liberia (pour le transport), au Malawi (pour le transport). Au Mozambique, Vale a lancé officiellement le 8 mai 2011, en présence du président mozambicain Armando Guebuza, l'exploitation près de Tete d'un énorme gisement de charbon moyennant un investissement de 1,3 milliard de dollars (905 millions d'euros).
Les infrastructures nécessaires à l'exploitation sont construites par Odebrecht, le constructeur brésilien très présent en Afrique également, notamment en Angola, où il est devenu le plus gros employeur privé. Les exemples sont nombreux, et on pourrait encore citer, parmi d'autres, l'entreprise de BTP Camargo Corrêa, qui va construire une usine hydroélectrique au Mozambique (3,2 milliards de dollars), le cimentier Votorantim et le constructeur aéronautique Embraer.
Une chose est sûre: le pays locomotive pour les investissements étrangers en général et brésiliens en particulier est l'Angola. Outre le centre d'affaires existe une Association des entrepreneurs et cadres brésiliens en Angola (Aebran). La dauphine de Lula, Dilma Rousseff, qui lui a succédé début 2011 à la présidence, ne devrait pas infléchir cette politique. Le mouvement n'est pas prêt de s'arrêter.
Laurence Rizet

BENEDITA DA SILVA E O LHAR AFRIC ANO

Benedita Da Silva, première noire au Sénat brésilien

Née dans un bidonville au Brésil, cette petite fille d’esclave a gravi tous les échelons par la force de sa verve. Aujourd’hui, ce député continue son combat, pour la liberté et l’égalité de tous ses compatriotes et surtout pour les plus démunis.

Benedita Da Silva, le 10 décembre 2002. Sergio Moraes/REUTERS
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A bientôt 60 ans, alors qu’elle en paraît 45, Bénédita a toujours le sourire aux lèvres et l’œil qui brille. L’Assemblée Nationale l’a sacrée femme d’exception et lui a décerné un trophée «De l'ombre à la lumière» pour saluer son parcours.
«Cela a été une grande surprise pour moi, je n’avais préparé aucun discours, je ne savais pas quoi dire», avoue-t-elle un peu embarrassée.
C’est la même surprise quand elle apprend qu’elle fait partie des 1.000 femmes proposées en 2005 pour être Prix Nobel de la paix. Elle dit:
«La paix est individuelle et elle est à l'intérieur de chacun d'entre nous».
Du haut de son mètre 70 elle semble être habitée par un feu incandescent. Jamais elle ne prononce de choses négatives concernant son parcours. La Brésilienne affirme être avant tout une «femme de foi». Durant sa carrière politique, elle a pourtant essuyé de multiples insultes raciales et elle a fait face à beaucoup de préjugés liés à son origine modeste. Qu’importe, la politicienne ne souhaite pas s’attarder là-dessus.
Elle porte un curly impeccable sur des cheveux courts soyeux. Chacune de ses anecdotes est contée comme on raconte une blague. L’humour semble être sa plus grande arme.

L'enfant des favelas

«Je n’ai jamais pensé, ni même souhaité quitter la favela où je vis, où j’ai grandi» dit Bénédita avec détermination.
Son bidonville s’appelle «Capéu Mangueira». Elle y est restée pendant 57 ans quand elle était tour à tour député, sénateur, et conseillère municipale.
«J’ai du sortir de la favela quand j’ai endossé la fonction de gouverneur. J’étais obligée de vivre dans une maison de fonction», avoue-t-elle avec une certaine tristesse.
Enfant, la militante grandit dans la précarité avec douze autres frères et sœurs. Il lui arrivait de faire les poubelles pour nourrir sa famille. Très tôt, elle se met à travailler comme femme de ménage pour aider le foyer. Avec les voisins, elle s’organise et bricole pour que tous aient de l’électricité et des bouches d’égouts. Les femmes de la favela l’ont choisie pour être leur leader. Un mouvement d’abord féministe, qui trouve aujourd’hui reconnaissance auprès de l’ensemble de la communauté noire du bidonville.
«Nous, les femmes des favelas, nous sommes des promotrices de la paix et nous nous battons pour avoir des hôpitaux, des écoles pour les enfants et du travail pour tous».
Son bonheur semble aussi passer par celui de son prochain:
«Dans ma tête, les choses sont claires, je ne quitterai pas la favela tant qu’il existera d’autres noirs, d’autres femmes, d’autres pauvres, au Brésil. Et je continuerai de vivre avec eux tant que les choses n’auront pas changé».
La messe est dite.

Son parcours

Militante depuis les années 60, elle se bat pour défendre les droits de sa communauté et lutte contre l’ancien régime militaire.
Alors dans l’opposition, elle aide à la formation du Parti des travailleurs au sein duquel elle commence sa carrière politique au début des années 80. Dans la même période, Da Silva retourne sur les bancs de l'école et obtient un diplôme universitaire pour ses 40 ans.
Elle devient ensuite, la première noire au poste de conseillère municipale de Rio de Janeiro. Seulement quatre ans plus tard, elle est élue au Congrès National où elle milite en faveur de l’insertion d’amendements à la Constitution du pays sur l’interdiction de la mise en liberté sous caution pour les crimes raciaux.
Elle milite également pour le congé maternité de 120 jours, pour l’interdiction de différences de salaires discriminatoires et le droit des femmes détenues pour qu’elles puissent allaiter leurs bébés. Cette élue ne veut oublier personne.
En 1991, Da Silva fait partie d’un comité qui invite l’African National Congress dirigé par Nelson Mandela. Après leur entretien, le leader sud-africain qui imaginait que le degré d’égalité au Brésil était enviable, reconsidère sa compréhension de la politique raciale brésilienne.
À la fin de sa visite, il invite même les noirs brésiliens à prendre leur part dans le pouvoir politique du pays. Suivant les conseils de son modèle, Da Silva se porte candidate à la mairie de Rio de Janeiro en 1992, elle gagne la primaire mais ne parvient pas à être élue. Benedita Da Silva est néanmoins députée fédérale depuis 2010.

 Sa relation avec Lula

En 2003 elle est nommée ministre de l’Action Sociale par le président brésilien et c’est un tournant dans sa carrière politique.
«Je suis fière d’avoir reçu ce cadeau du président Lula, c’était un ministère avec un budget spécifique, j’ai eu une marge de manœuvre incroyable et pas uniquement des bureaux pour faire joli. Nous avons réalisé un important travail qui a porté ses fruits et qui a été un des grands instruments pour les politiques sociales du gouvernement», explique Benedita avec fierté.
Le président Lula, elle le considère comme un membre de sa famille, comme un «petit cousin»:
«Lula c’est pas un Blanc! Au Brésil toute personne qui a la peau claire et les cheveux qui ne sont pas lisses ne se considèrent pas comme une personne blanche», son observation l’a fait beaucoup rire.

 Le racisme au Brésil

Un projet de loi préconisait de mentionner «la race» sur les documents d’identité.
«On s’est rendu compte avec des travaux de recherche scientifique que toutes les personnes qui refusaient de mettre la mention de  leur couleur sur leurs papiers étaient des métisses, des gens couleurs café au lait, ou des quarterons. Le grand institut de sondage Brésilien (IBGE) n’arrivait pas à faire ces recherches, alors nous avons fait un grand mouvement, et c’est là que nous avons découvert qui étaient contre la mention de couleur.»
De cette étude est née «Action Affirmative» pour l’élévation et l’intégration de tous les noirs. Cette forme de discrimination positive a changé la donne, «tout le monde voulait ensuite être noir pour bénéficier du système des quotas», explique Da Dilva avec un éclat de rire. Les détracteurs dans la communauté parlaient du manque de stabilité d’un tel mouvement. Pour les autres sceptiques, le doute concernait plutôt les compétences des noirs qui pour beaucoup n’étaient pas capables d’assumer de hautes fonctions.
«Dans notre mouvement, nous savions qu’il y avait tant de noirs dotés de talent, capable de bénéficier de cette forme de discrimination positive» ajoute la militante.

La lutte continue

«Au Brésil, il y a un complexe important de la population noire. Elle constitue la majorité de la population, mais elle est vraiment exclue dans le milieu intellectuel».
Da Silva cite l’exemple des députés. Ils sont au nombre de 513, parmi lesquels il y aurait seulement 45 femmes et 24 d’entre elles seraient noires.
«Nous comptons des noires qui n’ont pas conscience qu’elles sont noires. Par exemple les femmes s’imaginent être dans l’égalité et ça les rassure, tout ça parce qu’elles sont claires ou métisses, seulement 12 députés se disent être noires, c’est dommage».
Bénédita se moque des conventions et avoue ne pas faire que des actes «politiquement corrects».
«Dans l’hémicycle, nous faisons beaucoup de chahut et nous créons la confusion, et quand nous commençons, ils tremblent, c’est une lutte des nerfs», explique t-elle.
Ce sont les blancs qui ne veulent pas voir les noirs progresser qui sont ici pointés du doigt.
«Ils savent que la situation va changer parce que personne ne veut dépendre d’eux, qu’ils veulent ou non ça va changer».
Da Silva indique également:
«Nous tous nous sommes libres, mais nous devenons des esclaves. Quand nous redevenons esclaves dans nos têtes, nous nous remplissons de peur, et aussi nous nous remplissons de courage. Et c’est ça qui te fait croire qu’un jour, tu y arriveras parce que toi tu n’acceptes pas la situation dans laquelle tu vis. C’est ce cheminement que j’ai eu. Je sais que chaque noir qui se libère, libère des millions d’autres».
La politicienne qui se plait à dire qu’elle mène un combat pour les femmes, pour les Noirs et pour les pauvres a sans nul doute encore du travail à faire et elle le sait
«Il faut vraiment investir les femmes dans plus de choses, pas seulement utiliser leur nom, mais leur donner une vraie place».
Benedita Da Silva est en marche pour changer le visage du Brésil. Le peuple semble avoir beaucoup avancé avec l’élection d’une femme président. Il reste à la communauté noire de prendre le train en marche, sans complexe.
Ekia Badou

terça-feira, 22 de novembro de 2011

UNESCO realiza Evento Aberto ao Publico na Sexta Feira

UNESCO realiza evento aberto ao público na sexta-feira

Uma mesa redonda seguida por debates será realizada pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Cultura e Ciência) dentro do Afro XXI na sexta-feira, dia 18 de novembro. O evento acontece das 16h40 às 18h30 na sala Xangô 1. O encontro "Por uma agenda positiva das relações étnico-raciais na América Latina – O papel da Unesco" irá discutir as ações da organização no contexto latino-americano.
Entre os assuntos que serão discutidos encontram-se a utilização pedagógica da Coleção História Geral da África (HGA), o Programa Brasil – África: Histórias Cruzadas e a Coalisão de Cidades da América Latina e Caribe contra o Racismo, Discriminação e a Xenofobia.
Debaterão o tema com o público Marilza Regattieri, especialista em educação das relações étnico-raciais da UNESCO, Hilary Berkles (Barbados), Vice-Presidente do Comitê Científico do Programa Rota dos Escravos e Vincent Defourny, representante da UNESCO no Brasil.

ONU Lança estudo sobre realidade de Afrodescendente da America Latina

ONU lança estudo sobre realidade de jovens afrodescendentes da América Latina

Políticas afirmativas são o caminho apontado para eliminar as desigualdades
Os jovens afrodescendentes da América Latina e do Caribe são um dos grupos populacionais que enfrentam as maiores desvantagens, exclusão e discriminação, segundo o relatório "Juventude afrodescendente na América Latina: realidades diversas e direitos (des)cumpridos", que o Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa) lançou em Salvador (Bahia) nesta sexta-feira (18), em evento paralelo ao Afro XXI - Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes.
Estima-se que na América Latina, segundo a informação disponível nos nove países pesquisados, vivam ao redor de 24 milhões de jovens afrodescendentes, de um total de 81 milhões de pessoas de ascendência africana. Com mais de 22 milhões,
o Brasil é o país que reúne a maior quantidade de jovens afrodescendentes, tanto em termos relativos como absolutos. Vêm a seguir Colômbia, Equador e Panamá, que, juntos, registram cerca de 1,4 milhão de jovens afrodescendentes.
"Um dos desafios em matéria de políticas para afrodescendentes – como sublinhado pelo relatório – é a falta de informação estatística desagregada, sistemática e confiável sobre este grupo de população", disse Marcela Suazo, diretora para a América Latina e o Caribe do Unfpa. "A disponibilidade desses dados permitiria evidenciar as iniquidades enfrentadas por este grupo populacional e, portanto, contribuir para a formulação de políticas afirmativas para os afrodescendentes".
Tripla exclusão – A desigualdade que caracteriza a América Latina – a região de maior desigualdade do mundo – se reflete também na juventude afrodescendente, que sofre uma tripla exclusão: étnica/racial (por ser afrodescendente), de classe (por ser pobre) e geracional (por ser jovem). Além disso, as mulheres afrodescendentes sofrem processos de exclusão e discriminação de gênero.
O relatório, fruto de um esforço conjunto do Unfpa e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal/Celade), é o primeiro a apresentar um panorama regional das dinâmicas populacionais das e dos jovens afrodescendentes, tanto em termos demográficos como de distribuição territorial, além de proporcionar informações sobre sua situação em matéria de acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva, educação e emprego, áreas-chave para sua inserção social e sua participação plena nos processos de desenvolvimento de seus países.
O estudo evidencia as brechas significativas existentes nos países entre os jovens afrodescendentes e os demais jovens. Os dados sugerem a existência de diferenças na implementação dos direitos de saúde reprodutiva entre as jovens afrodescendentes, já que a maternidade em idade precoce é tanto ou mais elevada entre elas do que para as demais jovens. Além disso, a maternidade precoce está sistematicamente associada a menores níveis de educação, ainda mais evidentes neste grupo populacional.
As porcentagens de jovens que não estudam nem trabalham na região são muito altas e, na maioria dos países, os jovens afrodescendentes se encontram entre os mais excluídos destes sistemas. A situação dos afrodescendentes na região tem cobrado maior visibilidade nos últimos anos, graças, por um lado, ao aumento das organizações e articulações afrodescendentes que defendem seus direitos em níveis regional e nacional e, por outro, à criação de instituições governamentais encarregadas dos assuntos concernentes aos povos afrodescendentes em mais de uma dezena de países. Contudo, isso não tem sido suficiente.
O estudo propõe o investimento e o fortalecimento das políticas afirmativas para a juventude afrodescendente em um marco de direitos, como caminho para superar as iniquidades, a discriminação e a exclusão. O Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes é uma realização do governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Governo do Estado da Bahia, através das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e das Relações Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), associados a Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).
A parceria para a realização do Encontro inclui também a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e a ONU, através de suas agências: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP).
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Carta de Salvador Marca primeira etapa do Afro21

Carta de Salvador marca encerramento da primeira etapa do Afro XXI

A Carta de Salvador, documento elaborado pela sociedade civil durante o Afro XXI, será entregue aos organizadores do evento, hoje (18) às 19h, no Salão Xangô do Centro de Convenções da Bahia. “Esse momento não havia sido planejado, será um gesto simbólico”, afirma Juca Ferreira, representante do Brasil na Secretaria Geral Iberoamericana, um dos organizadores do encontro.
O Encontro Ibero-americano dos Ano Internacional dos Afrodescendentes é uma realização do governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Governo do Estado da Bahia, através das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e das Relações Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), associados a Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).
A parceria para a realização do Encontro inclui também a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e a ONU, através de suas agências: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP).

Chefes de Estado Firmam compromisso contra Racismo

Chefes de Estado firmam compromissos contra racismo

Foto chefes de Estado -Manu Dias-Secom-BA

Declaração de Salvador estabelece que governos devem promover ações de reparação

  Chefes de Estado e representantes de países da América Latina, Caribe e África participaram na manhã deste sábado (19) no Palácio Rio Branco, no Centro Histórico da capital baiana, do encerramento do Encontro Ibero-americano do Ano Internacional do Ano dos Afrodescendentes (Afro XXI). O documento final do evento, denominado Declaração de Salvador, foi assinado pelos cinco chefes de Estado presentes e pelos delegados de outros 11 países presentes à reunião. Dentre os destaques, estão a criação de um fundo internacional para ações de reparação aos afrodescendentes e combate ao racismo, além de instituir Salvador como a Capital Afrodescendente da Ibero-América.
A presidente Dilma Rousseff abriu os trabalhos, agradecendo a presença de todos. Em Seguida, o governador Jaques Wagner, destacou a identidade afrodescendente do povo baiano na cultura. Em seguida foi a vez do secretário Enrique Iglesias, titular da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), organismo internacional que propôs o evento. “Nós estamos endividados com as comunidades negras da América Latina. Esse evento não termina hoje e precisamos continuar, não só nos governos, mas principalmente nos movimentos sociais”, afirmou.
Epsy Campbell, militante do movimento de mulheres negras da Costa Rica e escolhida a representante do fórum de entidades na reunião dos chefes de Estado, foi a próxima a falar. Ela defendeu a criação de um fundo para custear ações de combate ao racismo e de reparação para os afrodescendentes. A proposta foi adotada na Declaração final do evento. “Esse fundo deve garantir uma resposta às necessidades, não para substituir a responsabilidade dos governos, mas para complementá-la e reforçá-la”.
Estiveram presentes os presidentes de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, do Uruguai, José Mujica, e da República da Guiné, Alpha Condé, o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Golsalves, e o vice-presidente da Colômbia, Angelino Garzón. Além desses chefes de Estado, participaram do encontro o diretor adjunto do Pnud, Niky Fabiancic, a presidente do Instituto Nacional das Mulheres da Costa Rica, Maureen Clarke o senador dominicano Eddy Vasquez, a Ministra da Cultuura do Peru Susana Baca, o Ministro da Cultura de Cuba Abel Jiménez, o ministro da Cultura do Benin, Valentin Agossou, e a ministra da Cultura de Angola, Rosa Cruz e Silva.
Na última fala dos convidados, o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, homenageou o escritor e dramaturgo Abdias do Nascimento, logo em seguida também citado pela presidente Dilma na fala final da reunião. Após a foto oficial, o grupo seguiu para o Hotel Convento do Carmo, no bairro de Santo Antônio, para almoço, que teria ainda apresentação musical de Gilberto Gil e da cantora e ministra da Cultura do Peru Susana Baca. Durante toda a tarde, a presidente Dilma Rousseff mantém encontros bilaterais com os chefes de Estado presentes ao encontro.
A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, destacou o grande passo dado com o evento. “Avançamos em relação a Durban com a criação de um fundo para apoiar ações afirmativas, iniciativas de desenvolvimento de infraestrutura dentro das comunidades negras”. O Afro XXI é uma realização do governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Governo do Estado da Bahia, através das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e das Relações Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), associados a Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).
A parceria para a realização do Encontro inclui também a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e a ONU, através de suas agências: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP).
Os textos da Declaração de Salvador e da Carta de Salvador devem ser disponibilizados logo mais no endereço http://www.itamaraty.gov.br/sala-de-imprensa/notas-a-imprensa.

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SOCIEDADE CIVIL ENTREGA CARTA DE SALVADOR

Sociedade civil quer a criação de fundo internacional de reparação

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Carta de Salvador, entregue hoje no Afro XXI, sintetiza propostas da sociedade civil

 A criação de um fundo internacional voltado a financiar ações complementares das políticas públicas de reparação é uma das principais propostas contidas na Carta de Salvador, documento que sintetiza os debates realizados pelas entidades da sociedade civil organizada durante o Afro XXI. O texto foi entregue na noite desta sexta-feira (18) a Enrique Iglesias, que comanda a Secretaria Geral Ibero-americana (Segib), entidade que propôs a realização do encontro, que termina nesse sábado (19) com a reunião de chefes de Estado para aprovar a Declaração de Salvador.
Segundo Epsy Campbell, militante do movimento de mulheres negras da Costa Rica e escolhida a representante do fórum de entidades na reunião dos chefes de Estado, “esse fundo deve garantir uma resposta às necessidades, não para substituir as responsabilidades dos governos, mas para complementá-la e reforçá-la”.
Durante o discurso em que apresentou o documento, na solenidade de entrega, no auditório Xangô do Centro de Convenções da Bahia, ela ainda destacou a proposta de criação de um fórum internacional permanente da sociedade civil com a finalidade de acompanhar e cobrar dos governos a implementação de ações efetivas de combate ao racismo e ações de reparação aos afrodescendentes.
“Nós estamos endividados com as comunidades negras da América Latina. Esse evento não termina amanhã (19) e precisamos continuar, não só nos governos, mas principalmente nos movimentos sociais”, afirmou o secretário da Segib, Enrique Iglesias, que recebeu o documento das mãos de Epsy Campbell.
A ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, destacou o grande passo dado com o evento. “Precisamos ter marcadores ao longo do tempo. Durban foi um e nós vamos fazer deste Afro XXI um novo marco de mudança de rumo. Nós precisamos encontrar formas efetivas para que os governos atuem dentro dessa questão, para que possamos trabalhar com outros parâmetros sobre o que é inclusão”.
“Esse momento não havia sido planejado. É um gesto simbólico”, afirmou Juca Ferreira, embaixador do Ano Internacional do Ano dos Afrodescendentes na Secretaria Geral Ibero-americana, que coordenou a mesa da solenidade. O Afro XXI é uma realização do governo brasileiro, através da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir/PR) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o Governo do Estado da Bahia, através das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), de Cultura (Secult), e das Relações Internacionais e da Agenda Bahia (Serinter), associados a Secretaria-Geral Ibero-Americana (Segib).
A parceria para a realização do Encontro inclui também a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid), e a ONU, através de suas agências: Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP).

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

IMPERIOS AFRICANOS

ANTIGOS IMPÉRIOS AFRICANOS
*Claudia Lima
Na apresentação das grandes civilizações africanas, em 1000 a.C., povos semitas da
Arábia emigram para a atual Etiópia. Depois, em 715 a.C. o Rei de Cush, funda no Egito a 25a
dinastia. Em 533 a.C. transfere sua capital de Napata para Meroé, onde, cerca de cinqüenta
anos depois, já se encontra uma metalurgia do ferro, altamente desenvolvida. Por volta do ano
100 a.C. desabrocha, na Etiópia, o Reino de Axum.
O tempo que se passou até a chegada dos árabes à África Ocidental foi, durante muitos
séculos, considerado um tempo obscuro, face à absoluta ausência de relatos escritos, que só
apareceram nos séculos XVI e XVII, com o “Tarik-Al-Fattah” e o “Tarik-Es-Sudam”, redigidos,
respectivamente, por Muhammad Kati e Abderrahman As Saadi, ambos nascidos em
Tombuctu. Mas o trabalho de arqueólogos do século XX, aliado aos relatos da tradição oral,
conseguiu resgatar boa parte desse passado.
O mais antigo desses reinos foi o da Etiópia. Entre os séculos III e VII, a Etiópia teve
como vizinhos outros reinos cristãos: o Egito e a Núbia, contudo, com a expansão do
islamismo essas duas últimas regiões caíram sob o domínio árabe e a Etiópia persistiu como
único grande reino cristão da África. Antes do efetivo início do processo de islamização do
continente africano, a África Ocidental vai conhecer um padrão de desenvolvimento bastante
alto. E, os antigos Estados de Gana, do Mali, do Songai, do Iorubá e Benin, são excelentes
exemplos de pujança das civilizações pré-islâmicas.
Império do Gana
O Antigo Império Gana teve seu apogeu entre os anos 700 e 1200 d.C. Acredita-se que
o florescimento desse império remonte ao século IV. Fundado por povos berberes, segundo
uns, e por outros, por negros mandeus, mandês ou mandingas, do grupo soninkê. O antigo
nome desse império era Uagadu, que ocupava uma área tão vasta quanto à da moderna
Nigéria e, incluía os territórios que hoje constituem o Mali ocidental e o sudeste da Mauritânia.
Kumbi Saleh foi uma das suas últimas capitais. Segundo relatos históricos, o Antigo Império de
Gana era tão rico em ouro, que seu imperador, adepto da religião tradicional africana, tal como
seus súditos, eram denominados “o senhor de ouro”. Com a concorrência de outras potências
no comércio do ouro, o Antigo Império Gana começou a declinar. Até que, por volta de 1076
d.C., em nome de uma fé islâmica ortodoxa, os berberes da dinastia dos almorávidas, vindos
do Magrebe, atacam e conquista Kumbi Saleh, capital do Império de Gana.
O Império do Mali
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Os fundados do Antigo Mali teriam sido caçadores reunidos em confrarias ligadas pelos
mesmos ritos e celebrações da religião tradicional. O fervor com que praticavam a religião de
seus ancestrais veio até bem depois do advento do Islã. Conquistando o que restara do Antigo
Gana, em 1240, Sundiata Keita, expandiu seu império, que já era oficialmente muçulmano
desde o século anterior. E, o Mali se torna legendário, principalmente sob o mansa (rei) Kanku
Mussá, que, em 1324, empreendeu a peregrinação a Meca com a intenção evidente de
maravilhar os soberanos árabes.
Império Songai
A organização do Songai era mais elaborada ainda que a do Mali. O Império Songai
teria suas origens num antepassado lendário, o gigante comilão Faran Makan Botê, do clã dos
pescadores sorkôs. Por volta de 500 d.C., diz ainda a tradição, que guerreiros berberes,
chefiados por Diá Aliamen teriam chegado à curva norte do Níger, tomando o poder dos
sorkôs. A partir daí, a dinastia dos Diá reina em Kukya, uma ilha perto do Níger, até 1009,
quando o reino se converte oficialmente ao islamismo e transfere a capital para Goa, onde a
dinastia reina até 1335. Nesse ano, o povo songai se liberta do Antigo Mali, de quem se
tornara vassalo em 1275 e, começa a conquistar as regiões vizinhas.
Império Kanem-Bornu
Outro grande Estado da África Negra, florescido por essa época, no norte da atual
Nigéria, foi Kanem-Bornu, em torno do ano 800 d.C. As cidades-estados haussás, situadas
entre o Níger e o Chade que se encontram em uma grande encruzilhada. Constituíram-se por
volta do século XII, em redor das vias comerciais que ligavam Trípolis e o Egito à floresta
tropical, por um lado, e, por outro lado, o Níger ao alto vale do Nilo pelo Darfur. Os haussás ou
a classe dirigente são negros que habitavam muito mais ao norte e a leste do que hoje. Junto
com o Mali e o Songai, um dos mais vastos impérios dos grandes séculos africanos foi o
Kanem-Bornu. A sua influência, no seu período de maior esplendor, estendia-se da Tripolitânia
e do Egito até ao Norte dos Camarões atuais e do Níger ao Nilo. Nas origens do Kanem
encontra-se a conjunção dos nômades e dos sedentários.
Império Iorubá
A sudeste da atual Nigéria constituíra-se o poderoso e dinâmico grupo Ibo. Possuía uma
estrutura ultrademocrática que favorecia a iniciativa individual. A unidade sociopolítica era a
aldeia. No sudoeste, desenvolveram-se os principados iorubás e aparentados, entre os séculos
VI e XI. As suas origens, mergulhadas na mitologia dos deuses e semideuses, não nos
fornecem, do ponto de vista cronológico, informações suficientes. O grande passado de todos
estes príncipes é Odudua. Seria ele próprio filho de Olodumaré, que para muitos seria o
Nimrod de que fala a Bíblia, ou segundo a piedosa tradição islâmica, de Lamurudu, rei de
Meca. O seu filho Okanbi, teria tido sete filhos que vieram a ser todos “cabeças coroadas”, a
reinar em Owu, Sabé, Popo. Benin, Olé, Ketu e Oyó. Por volta do século XII, Ifé era uma
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cidade-estado cujo soberano o Oni, era reconhecido como chefe religioso pelas outras cidades
iorubás. É que Ifé, fora o lugar a partir de onde as terras se teriam espalhado sobre as águas
originais para, segundo a tradição, fazerem nascer o mundo. Os iorubás foram expulsos da
antiga Oyó pelos Nupês (Tapas) estabelecendo-se no que é a Oyó de hoje.
Império do Benin
Famoso por sua arte, o Benin, situado à sudeste de Ifé, foi fundado, segundo a
tradição, também por Oranian, pai de Xangô, sendo então, intimamente aparentado com Oyó
e Ifé. A primeira dinastia a reinar teve, segundo mitos, primeiro doze Obas (reis) e terminou
por uma revolta, quando se constituiu em reino. Seu apogeu ocorreu no século XIV, com a
capital Edo, que perdura até hoje.
A cultura nagô, evidenciada nesta pesquisa, tem procedência no grupo dos escravos
sudaneses do império iorubá, acima citado, em suas origens. Na verdade a denominação
“nagô” foi dada, no Brasil, a língua iorubá que foi, na Bahia, a “língua geral” dos escravos,
tendo dominado as línguas faladas pelos escravos de outras nações. O iorubá compreende
vários subgrupos e dialetos, entre os quais o Egbá, que inclui o grupo Ketu e Ijexá, das tribos
do mesmo nome, cujos rituais foram adotados, principalmente o Ketu, pelos candomblés mais
conservadores. Do ewe “anago”, nome dado pelos daomeanos aos povos que falavam o
iorubá, tanto na Nigéria como no Daomé (atual Benin), Togo e arredores, e que os franceses
chamavam apenas nagô.1
* Fonte do texto: KI-ZERBO, Joseph. História da África. V. 1. Portugal: Publicações Europa-
América, 1999.
___________________________________________________________________________
* Claudia Lima: Graduação em Comunicação Social, Especialização em História do Brasil,
Mestra em Gestão de Políticas Públicas pela Fundação Joaquim Nabuco, folclorista, etnógrafa,
pesquisadora e escritora.
Site: www.claudialima.com.br
E-mail: claudiarochalima@yahoo.com.br
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A NOTICIA POR TRAZ DA NOTICIA

Polícia interroga suspeitos dos atentados da Nigéria

Lagos, Nigéria (PANA) – Os nove presumíveis membros da seita extremista islâmica Boko Haram detidos segunda-feira no quadro dos atentados da semana passada que fizeram dezenas de mortos e feridos em Yobe, um Estado do norte da Nigéria, começaram a ser interrogados pela Polícia.

« Começamos a interrogar os suspeitos. Eles fizeram confissões úteis que ajudaram as forças de segurança a determinar as motivações destes ataques mortíferos e a encontrar os que estão ainda em fuga”, revelou o jornal The Nation, que anunciou a detenção dos suspeitos.

« As forças de segurança já perseguem outros suspeitos, que desempenharam igualmente um papel determinante nos atentados de Damaturu e de Potiskum », segundo esta fonte.

O jornal revela que a transferência dos suspeitos para a capital Abuja estava prevista « para interrogatórios mais aprofundados porque a seita podia procurar vingar-se ».

Para além disso, as autoridades nigerianas desdoraram tropas suplementares em Yobe, enquanto informações revelam uma possível transferência por Boko Haram do seu quartel-general de Maiduguri, no Estado vizinho de Borno, para Damaturu, a capital do Estado de Yobe.

Na semana passada, o porta-voz da Força Especial mista baseada em Maiduguri, tenente-coronel Hassam Mohammed, declarou à imprensa que cerca de cinco mil armas foram apreendidas durante buscas efetuadas pelas suas tropas.

Esta operação em curso poderá obrigar Boko Haram a deslocar a sua base.

Pelo menos 150 pessoas terão morrido nos atentados coordenados de Damaturu e Potiskum, sexta-feira passada, que visaram Comissariados de Polícia, pelo menos um banco e igrejas, entre outros alvos.

A Polícia estabeleceu o balanço das vítimas em 53.

Boko Haram reivindicou a responsabilidade por estes atentados e anunciou que vai cometer outros.

A Associação dos Escritores da Nigéria para os Direitos Humanos (HURIWA) declarou que cinco mil pessoas foram mortas por Boko Haram, que lançou a sua campanha armada em 2009 numa tentativa de instaurar a charia (lei islâmica) no norte de maioria muçulmana da Nigéria.

Por seu turno, a organização Human Rights Watch (HRW) sediada em Nova Iorque anunciou terça-feira que 425 pessoas foram mortas pelos rebeldes islamitas desde o início do ano.

-0- PANA SEG/FJG/JSG/MAR/IZ 09nov2011
09 Novembro 2011 14:03:24

ÁGUA DOCE, RIQUEZA E RESPONSABILIDADE

África: “Em 25 anos, metade do mundo ser Short da água”

Washington DC – o instituto dos recursos do mundo no Washington DC advertiu que os sistemas de água doce do mundo estão no perigo. Prevê que “por 2025, pelo menos 3.5 bilhão povos ou quase 50 por cento da população do mundo enfrentarão a escassez da água.”.
Este é apenas uma das predições extremos que estão sendo feitas públicas por diversas organizações para marcar o dia da água do mundo. Há um interesse difundido e agudo sobre a crise global iminente da água.
Um relatório pela probabilidade do ambiente global (GEO) indica que África será particular assolado.
O GEO diz que quando África tiver recursos de água doce abundantes em grandes rios e lagos tais como os rios de Congo, de Nile e de Zambezi, e os Great Lakes, “lá é grandes disparidades na disponibilidade da água e usa-se dentro e entre dos países africanos” por causa da distribuição desigual dos recursos hídricos do continente.
O GEO prevê que em o ano 2025, “25 países africanos serão sujeitos à escassez da água ou ao esforço da água” e indic que já, “14 países em África são sujeitos ao esforço da água ou molham a escassez, com o aqueles em África do norte que enfrenta os prospetos os mais maus.”.
Sobre 300 milhão povos em África faltar o acesso razoável à água segura e ao saneamento adequado e em África subsariana, simplesmente aproximadamente 51 por cento da população têm o acesso à água segura, e em 45 por cento ao saneamento.
As inundações recentes em Mozambique, em Malawi e em outras áreas da África meridional tornaram condições sanitárias nessa área ainda mais precárias.
As estimativas de GEO indicam aquela em 2025, “até 16 por cento da população de África, (230 milhão povos) viver nos países enfrentar a escassez da água, e nos 32 por cento (outros 460 milhões) em países água-forçados.”.
Em um relatório similar, o programa ambiental de United Nations (UNEP) igualmente diz que há já um problema maciço da água no mundo. De acordo com o PNUA, a água contaminada afeta a saúde sobre de um bilhão povos no mundo inteiro cada ano; as doenças water-borne – tais como a cólera e o disenteria atualmente desenfreados na África meridional – matam uns três milhão povos estimado cada ano.
O PNUA adverte que sem a melhor gerência dos recursos hídricos do mundo, muito mais vidas humanas poderiam ser ameaçadas muito próximo no futuro.
O relatório do instituto dos recursos do mundo corrobora os PNUA que encontram que as doenças water-borne são atualmente uma causa de morte principal, particular em áreas pobres do mundo. O relatório atribui muita da degradação dos sistemas de água doce do mundo do “à destruição habitat, à construção de represas e de canais, à introdução de espécie non-native (dos peixes), à poluição e ao over-exploitation” dos recursos hídricos.
De acordo com o WRI, a “análise de estudos de água doce existentes revela que mais de 20 por cento da espécie dos peixes de água doce do mundo 10.000 se tornaram extintos, se ameaçaram, ou se pôr em perigo nas últimas décadas.”.
Em uma mensagem para marcar o dia da água do mundo, Khalid Mohtadullah, secretário executivo da parceria global da água, disse: “1.4 bilhão povos vivem sem água bebendo limpa, 2.3 bilhão saneamentos adequados da falta dos povos, 7 milhões morrem anualmente das doenças água-relacionadas e a metade dos rios e lagos do mundo é poluída seriamente.”.
Convidou os governos no mundo inteiro para estabelecer melhores políticas da água, leis e estruturas reguladoras, estruturas institucionais apropriadas in place põr para bacias de rio de controlo e áreas aquíferas, para facilitar o realinhamento de práticas econômicas e financeiras com mecanismos apropriados proteger os pobres, e estabelecer mecanismos para reforçar a gerência da bacia de rio.
Revelou que sua organização estabeleceu uma rede “de parcerias regionais” em Ámérica do Sul, América Central, África meridional, África ocidental, o mediterrâneo, Central Europe e Europa Oriental, 3Sul da Ásia, 3Sudeste Asiático e China “para promover o diálogo intersectorial em problemas comuns da água e para desenvolver planos de ação resolver estes problemas.”.
Entrementes, Muammar Qadafi de Líbia, que está encabeçando atualmente uma campanha para a união africana, convidou negócios árabes para investir em recursos hídricos e na batida de África das reservas, dos lagos e dos rios vastos de água do continente “tais como os rios de Nile, de Senegal e de Congo.”

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

DE JANEIRO A NOVEMBRO, PORQUE NÃO DEZEMBRO CONSCIENCIA NEGRA TODO ANO, TODO TEMPO

No mês da Consciência Negra, o iBahia entrevista: Luislinda Valois, primeira juíza negra do Brasil

Durante novembro, o iBahia conversará com diversas personalidades sobre temas relacionados à questão racial no Brasil


Gilvan Reis
(gilvan.nascimento@redebahia.com.br)
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Quando escutou do professor da escola que deveria parar de estudar para cozinhar feijoada na "casa de branco", a baiana Luislinda Valois Santos, 69 anos, tomou uma decisão que marcaria para sempre sua vida: "Não vou fazer feijoada para branco. Vou é ser juíza".

No ano de 1984, cumpriu o prometido e se tornou a primeira mulher negra do Brasil a se tornar juíza. Nove anos depois, entrou novamente para a história do país ao proferir a primeira sentença contra racismo.
"Cada chibatada que a gente leve deve ser como estímulo para que possamos enfrentar as desigualdades", diz Luislinda
O caminho até o juizadoLuislinda começou a trabalhar aos 14 anos como datilógrafa na Companhia Docas da Bahia. Logo depois assumiu um trabalho como escrevente no Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, atual DNIT, chegando a ser chefe de orçamento. Estudou filosofia, teatro, mas só concluiu mesmo o curso de Direito na Universidade Católica. Depois de formada, passou no concurso de procurador do próprio DNER e se mudou para Curitiba. Anos depois soube do processo seletivo para o Tribunal de Justiça da Bahia. Se inscreveu e foi aprovada.

Ao longo de sua carreira, a juíza, que atuou no interior baiano até ser promovida para Salvador, em 1993, foi a responsável por reativar dezenas de Juizados Especiais e por criar a Justiça Itinerante e o Juizado Itinerante Marítimo. Hoje, às vésperas de se aposentar compulsoriamente como desembargadora substituta no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), - ela ainda luta para ser nomeada como desembargadora titular-  Valois conversou com o iBahia sobre algumas das principais questões da negritude hoje. Na pauta, tratou também sobre o Poder Judiciário, sobre Estatuto da Igualdade Racial e sobre o Dia da Consciência Negra.

Luislinda participará do TEDx Salvador no próximo dia sete de novembro, na Livraria Cultura, às 18h, no Salvador Shopping.

Orlando Silva saiu recentemente do Ministério do Esporte depois de denúncias de irregularidades. No governo anterior, Matilde Ribeiro, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, passou por um processo semelhante. Nos dois casos, o tempo entre o surgimento das denúncias e à renúncia do cargo foi muito mais rápida do que em outros Ministérios. No Brasil, para um Ministro negro/a as cobranças e exigências são maiores?


Eu acredito que a condição de ser um homem negro ou uma mulher negra, no nosso país,  nos coloca numa posição em que são exigidas mais cobranças, maiores desafios. Evidentemente, quando nós saímos para ocupar os espaços públicos, os espaços políticos, os chamados cargos importantes, o tipo de cobrança que nos é imposto é muito maior. O que acontece no país é que não existe o costume de ter o negro nessa posição. Foi construída e aceita a ideia de que a o negro deve servir, deve estar submisso, pronto para receber ordens. É que criou-se a ideia de que nascemos para segurar o cabo de vassoura e não para segurar uma caneta. Essa posição de chefia, de comando, é, para muitos, quase inaceitável. Não posso detalhar os casos dos ministros e as denúncias que receberam, mas existe uma situação diferente, que tem sim ligação com a raça.

A senhora acredita que a sua geração poderá ver um país livre do racismo?


Não tenho dúvidas de que a minha geração fez um trabalho intenso, hercúleo, um trabalho extremamente significativo para a história desse país. Mas quem vai colher esse legado são as próximas gerações de negros e negras. Esse trabalho de plantar a semente já foi feito, mas sigo com as minhas atividades. Acredito que a luta precisa ser continuada. Ela precisa ser gestada e feita todos os dias. Porque o racismo existe e também segue se transformando. Mas eu acredito que não terei tempo para  ver o Brasil livre da discriminação racial.

Por que num país em que os menores índices de desenvolvimento humano estão associados à população negra falar em ações ou em políticas afirmativas ainda gera resistência?
Eu acredito que esse é um ponto que tem relação com a história brasileira, com a colonização, com a escravidão. A nossa elite foi formada enxergando o negro como o serviçal, como aquele que obedece. Quando se fala em provocar a subversão ou equiparação dessa realidade que vivemos é claro que causa estranheza. Justamente porque diverge da visão que eles tem da história. Mas nós aprendemos a reclamar e vamos continuar reclamando, exigindo. Isso é o que incomoda, o que provoca o desconforto. Só que é um processo inevitável e vamos continuar avançando.

De que maneira é possível superar esse conflito?
Eu acho que esse é um desafio a ser pensado todos os dias, toda hora. Eu ando por diverso lugares de Salvador e por outros lugares do país e costumo ratificar que o mais importante, o que poderá resolver nossas situações é um investimento sério em educação. É preciso que o país trabalhe de forma continuada no que tange a esse ponto. Eu entendo que esse compromisso, de fazer a educação continuada, deverá ser uma das prioridades. Assumir essa luta, essa bandeira. Para dar oportunidade.

O Estatuto da Igualdade Racial foi assinado há quase um ano.  Que mudanças efetivas aconteceram? O texto permanece sendo simbólico?
O Estatuto saiu da maneira como a gente queria. Houve muitas discussões, muitos reparos, muitos cortes, enfim. Apesar disso, a gente vai convivendo com ele, aperfeiçoando e melhorando sua aplicação. Antes não tínhamos nada que tratasse do tema e agora existe. Quer dizer, é um passo. Precisamos é trabalhar para que as melhoras sejam sentidas.  E creio que a principal política de ações afirmativas foram, até agora, as cotas. A Bahia foi pioneira nesse processo. Mas não podemos querer só cotas nas Universidades. Temos que pensar também a reparação em outros setores. Cotas para concursos como existem para os casos de deficientes físicos. É assim que a gente transforma a sociedade.

A população carcerária no Brasil é  majoritariamente negra, mas a população negra não é a maioria  absoluta. Existe uma desproporção que leva a um questionamento: a Justiça brasileira é um máquina de condenar negros?
Não acredito que a Justiça, enquanto instituição pública, seja uma máquina de condenar negros. Ela precisa julgar, quando acionada, os casos respaldados pela legislação vigente no Brasil. O que acontece é que, a população negra por enfrentar situações de vulnerabilidade diversa, fica mais suscetível às penalidades  da justiça sim. Além disso, enquanto a população não negra, em geral, os brancos podem pagar advogados particulares, os negros não tem muitas vezes condições de arcar com um processo judicial. A Defensoria Pública tem um trabalho gigantesco sendo feito, mas conta com poucos profissionais  e, ainda que o esforço dos defensores seja inquestionável, a gente sabe que quem tem dez demandas para atender tem menos tempo do que quem só tem uma.  Isso reflete num julgamento, numa sentença, claro.

De que maneira a Justiça pode garantir a preservação da vida e a dignidade dos negros?

É preciso ter clareza de que a Justiça não pode garantir nada se não for acionada. Além disso, garantir essas duas coisas extrapolam o âmbito exclusivo de nossa atuação.  Isso é uma questão de políticas públicas. São as políticas públicas a serem implementadas em todos os segmentos sociais que tem esse papel de garantir a vida dos cidadãos e a sua dignidade. Agora, claro que precisamos que as pessoas busquem as instituições constituídas para que suas reivindicações possam ter os devidos encaminhamentos.

Mas o Judiciário não seria, dos três pilares da democracia brasileira moderna, o poder mais fechado e inacessível para a população? Por exemplo, o caso do elevador do TJ-BA que poderia ter uso exclusivo do magistrado?
É uma instituição que ainda assusta às pessoas. As roupas, a suntuosidade, a linguagem. Só que é preciso que as pessoas busquem de todas as formas para que funcione. Sobre o episódio do elevador, eu só sei do que li através dos jornais, então não teria como manifestar uma opinião sobre o caso. Apesar disso, eu sei que muitas vezes as pessoas se assustam com esse universo. É difícil de lidar. Mas cabe conhecer o órgão, conhecer as suas funções. A população não conhece. Não sabe como funciona a engrenagem. Então, para ter a instituição mais próxima é preciso conhecer, buscar. Fiz uma pergunta para uma plateia para saber se eles sabiam como era eleito o presidente do TJ e ninguém soube responder.

Não caberia ao Poder Judiciário o papel de buscar essa aproximação com mais vontade? Especialmente diante da visão compartilhada de que a Justiça é lenta, burocrática e que o melhor é tentar resolver as coisas por fora dela?
Mas nós já temos esses canais. Possuímos a Corregedoria, a Ouvidoria do Tribunal que são dispositivos que cumprem essa função. Nos casos de urgência, a Justiça também pode funcionar. Temos uma quantidade enorme de demanda e temos poucos profissionais atuando, o que evidentemente dificulta a celeridade. Mas é preciso que o cidadão saiba que existe um Código Civil que respalda qualquer pessoa. Que quando o caso é de urgência e estiver tramitando no tribunal ele necessariamente precisará ser cumprido dentro dos prazos porque há uma legislação regulando tudo isso. Agora, claro que o nosso efetivo precisa ser ampliado para podermos atender com maior satisfação às pessoas. Mas primeiramente é preciso procurar o serviço.

No mês da Consciência Negra, que recado precisa ser dado ou reforçado ao povo baiano?Acredito que o principal é dizer que a luta precisa continuar. Cada chibatada que a gente leve deve ser como estímulo para que possamos enfrentar as desigualdades, para que a gente possa ocupar os espaços de poder. Eu acho que é esse o chamado que devo fazer à Bahia e ao Brasil também. 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Aprovada lei que regulamenta os estacionamentos

Vitória do IPR e dos consumidores, aprovada lei que regulamenta os estacionamentos

O Instituto Pedra de Raio, pioneiramente, representou ação civil pública em dezembro de 2009 no Ministério Público do Estado da Bahia que foi recepcionada pela 5ª Promotoria do Consumidor, e instaurou inquérito civil a fim de investigar a prática abusiva das empresas de estacionamento. 

O professor de direito do consumidor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e coordenador executivo do IPR, Sérgio São Bernardo, argumentou à época na representação que a cobrança da chamada hora cheia vai contra o que diz o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor, cujo elenco de práticas abusivas condena a vantagem manifestamente excessiva, ou seja, quando o lucro é demasiado. 

Mesmo inquérito ainda inconcluso, foi aprovado no âmbito municipal no dia 01/08/11 uma lei que regulamenta esta prática de autoria do vereador José Carlos Pitangueira. Segundo a lei, haverá uma tolerância de até 15 minutos para os motoristas, que a partir de então, pagarão minuto a minuto de maneira fracionada o tempo de estacionamento.

Cidades como Brasília já possui lei similar e outras cidades como Curitiba tem projeto de lei na Câmara Municipal discutindo sobre o assunto. O que o consumidor se pergunta é se é correto o motorista que estaciona o seu veículo por menos tempo que a hora tabelada, se ele deve pagar pela “hora cheia”, ao invés de pagar pelo tempo fracionado que realmente ficou ali utilizando o serviço.

O IPR continua a acompanhar o inquérito civil do Ministério Público e ficará atento ao cumprimento da lei municipal já vigente sobre a regulamentação da cobrança da hora fracionada nos estacionamentos da cidade.

Mais informações acesse www.pedraderaio.org.br

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

ocde prevê crescimento brasileiro próximo de 3,5% em 2011 e 2012

OCDE prevê crescimento brasileiro próximo de 3,5% em 2011 e 2012

Estimativa está acima do esperado pelo Ministério da Fazenda.
OCDE também prevê mais inflação do que o governo brasileiro.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
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A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que agrupa 30 nações consideradas "industrializadas", divulgou nesta quarta-feira (26) as suas perspectivas para a economia brasileira e, também, sugestões sobre o que pode ser feito para estimular o desenvolvimento do país.
Por meio do boletim "Estudos Econômicos da OCDE - Brasil", a organização informou que estima uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,6% para este ano e de 3,5% para 2012. Segundo a OCDE, um ritmo de 4% ao ano de crescimento deve retornar somente em 2014 - último ano da gestão da presidente Dilma Rousseff.
Os números da organização constrastam com o otimismo demonstrado pela equipe do Ministério da Fazenda. Oficialmente, o Ministério ainda prevê um crescimento da ordem de 4% do PIB para 2011. Já admitiu, porém, que este número deve ser revisto para baixo em novembro. Para 2012, o governo ainda mantém, na proposta de orçamento, uma previsão de crescimento de 5%.
Banco Central e mercado financeiro
As previsões do Ministério da Fazenda não encontram respaldo dentro do próprio governo. O Banco Central, que recentemente baixou os juros para 11,5% ao ano, considerando que o ritmo de expansão da economia será menor por conta da crise financeira internacional, tem a expectativa de crescimento de 3,5% para este ano. A previsão do BC para 2012 ainda não foi divulgada.
No mercado financeiro, a estimativa também é de um crescimento menor em 2011 e 2012. O último relatório de mercado, que traz as previsões de mais de 80 analistas de bancos para indicadores econômicos, cuja coleta foi feita na semana passada, revela que a previsão de crescimento econômico para 2011 está em 3,3% e, para o ano que vem, em 3,5%.
Visão da OCDE
Para a OCDE, a demanda interna, estimulada por um "investimento vigoroso", deverá provavelmente continuar sustentando a atividade econômica, mas deverá se atenuar. Acrescentou que um crescimento "robusto" deverá ajudar o Brasil a convergir para o PIB per capita de outros países da OCDE e integrar o grupo de países de "rendimento alto".
"Para obter melhor desempenho econômico, será essencial favorecer o investimento produtivo. Notadamente, o desenvolvimento das infraestruturas proporciona oportunidades consideráveis de acelerar o crescimento e a redução da pobreza. As políticas sociais podem melhorar as competências e aumentar os ganhos de rendimento a longo prazo", avaliou a organização.
Desaceleração da economia e inflação
Em 2010, a economia brasileira acelerou e registrou um crescimento de 7,5% sobre o ano anterior - quando o Brasil sentiu os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. A expectativa de economistas para o crescimento econômico deste ano, e dos próximos, tem recuado desde que foi anunciado o rebaixamento da nota dos Estados Unidos pela Standard & Poors - considerado o início da segunda fase da crise externa.
O termor é de que a desaceleração da economia brasileira, já captada por indicadores econômicos nos últimos meses, possa impactar o mercado de trabalho e, também, a arrecadação de impostos - que cresceu fortemente em 2011 por conta, também, do forte ritmo de expansão do ano anterior. Por outro lado, pode contribuir para impedir um crescimento maior da inflação no Brasil.
Apesar do processo de desaceleração em curso, a OCDE estima que a inflação, medida pelo IPCA, que serve de referência para o sistema de metas brasileiro, ficará acima do que estimam integrantes da equipe econômica. A OCDE prevê um IPCA de 6,5% para 2012 e de 6,2% para o próximo ano. O Ministério da Fazenda estima um IPCA de 5,8% para este ano, enquanto o BC prevê que a inflação fique em 6,4%. Para o próximo ano, o BC tem a expectativa de um IPCA ao redor de 5%.

Agencia de espacial Brasileira firma acordos de cooperação com a Nasa

Agência espacial brasileira firma acordos de cooperação com a Nasa

Charles Bolden, diretor da agência norte-americana, está no Brasil.
Assinatura ocorreu nas dependências do Inpe, em São José dos Campos.

Mário Barra Do G1, em São José dos Campos
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As agências espaciais norte-americana (Nasa) e brasileira (AEB) firmaram nesta quinta-feira (27) dois acordos de cooperação para pesquisas sobre a camada de ozônio e o regime de chuvas no Terra. Os textos foram assinados nas dependências do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) pelo astronauta e diretor da Nasa Charles Bolden e Marco Antonio Raupp, diretor da AEB.
O primeiro acordo prevê a cooperação entre os dois países no projeto Medidas Globais de Precipitação (GPM, em inglês), uma iniciativa dos norte-americanos com a agência espacial japonesa (Jaxa) para estudos sobre chuvas no planeta Terra. Já o segundo projeto entre as agências espaciais tem como objetivo estudar a camada de ozônio que reveste a Terra.
Os dados coletados pelo programa GPM ajudarão a estimar mudanças no clima e na temperatura terrestre. O Brasil vai realizar a checagem das informações coletadas pelo conjunto de satélites do programa, mas a expectativa dos brasileiros é a de tentar convencer os . A resposta para este pedido deverá sair no começo de 2012, segundo o diretor do Inpe, Gilberto Câmara.
Além do desejo de poder produzir um satélite para integrar o programa GPM, o Inpe também sugeriu à Nasa o desenvolvimento do Observatório Global do Ecossistema Terrestre, um equipamento com tecnologia brasileira que poderia estudar a composição química do solo. Se aprovado, este instrumento seria produzido pelo Brasil e pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da Nasa.
Durante a visita ao Brasil, Bolden conheceu as instalações . No começo da tarde, o astronauta conversa com crianças e adolescentes do Vale do Paraíba. Entre elas, um grupo de alunos de uma escola municipal de Ubatuba que está construindo um pequeno satélite que será lançado em breve.
Marco Antonio Raupp (à esquerda) e Charles Bolden, da Nasa, assinam os acordos. (Foto: Mário Barra / G1)Marco Antonio Raupp (à esquerda) e Charles Bolden, da Nasa, assinam os acordos. (Foto: Mário Barra /