domingo, 22 de julho de 2012

Novas cédulas de R$ 10 e R$ 20 começam a circular na segunda-feira

Tamanho do lote só será conhecido na cerimônia de lançamento, dia 23.
Previsão inicial era que notas entrassem em circulação em 2011.

Do G1, em São Paulo
109 comentários

Nova nota de R$ 10 (Foto: Divulgação)Nova nota de R$ 10 (Foto: Divulgação)
Na segunda-feira (23) o Banco Central faz o lançamento das novas cédulas de R$ 10 e R$ 20 da segunda família do real. As notas entram em circulação no mesmo dia, mas ainda não há informações sobre o tamanho do primeiro lote.
O lançamento dos novos modelos foi feito em 2010 e, naquela ocasião, a meta do governo era iniciar a substituição dos atuais modelos de R$ 10 e R$ 20 em 2011. Mas, segundo o BC, houve a necessidade de fazer ajustes técnicos para a fabricação, o que atrasou o início da circulação.
Com isso, também foi postergado o início da circulação das novas notas de R$ 2 e R$ 5 – que passou de 2012 para 2013.
Na cerimônia de lançamento de 2010, o BC informou que a nova família das cédulas vem sendo desenvolvido desde 2003, em conjunto com a Casa da Moeda.
De acordo com a instituição, a nova família vai manter a diferenciação por cores predominantes, de modo a facilitar a "rápida identificação dos valores" por parte da população.
A autoridade monetária informou ainda que, para produzir as novas cédulas com recursos gráficos e novos elementos de segurança, a Casa da Moeda modernizou seu parque fabril. "Com as aquisições, [a Casa da Moeda] se equipara às empresas mais modernas do mundo no ramo da impressão de segurança", disse o BC.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Política Como Grandeza Humana

  • Política Como Grandeza Humana
    Por Sérgio São Bernardo

    A política representativa, que deveria ser uma ação humana voltada para fins como preleciona os defensores de uma racionalidade humana moderna (Kant, Marx, Habermas) ou até mesmo uma técnica de coexistência e decisão dos interesses humanos, num olhar racional pragmaticista, (Charles Peirce, Richard Rorty), degenerou-se. Em seu lugar, o patrimonialismo, o fisiologismo, a produção midiática e a garantia compulsória de votos comprados têm sido os únicos apetrechos utilizados pelos candidatos no agenciamento de recursos para uma suposta manutenção de base eleitoral. Por esta razão, a sociedade organizada e membros do poder judiciário estão maquinando arranjos institucionais que tentam limitar as aberrações desse modelo.

    Aquela velha ideia de que o político deveria privilegiar o cumprimento de seu contrato político, valorizando as pessoas e o lugar das pessoas, rediscutindo bases elementares de novos contratos sociais, confrontando projetos nacionais e interesses locais, fazendo debates abertos e abrindo publicamente seus patrimônios, interesses e acordos, reinstaurando, assim, uma perspectiva apaixonada da atividade política como quiseram, uma vez na história, os Gregos.

    O que digo é que os mecanismos de representação política e o sistema político brasileiro - vale dizer: voto censitário, voto obrigatório, financiamento privado, candidaturas etnocêntricas, contribuem para a eleição de certa tipologia de candidaturas, muitas vezes moldadas em valores e princípios patrimonialistas, genéricos, assistencialistas, racistas e machistas.

    O poder do dinheiro e da burocracia ditam as regras da ação política e em especial do processo eletivo. Os candidatos não precisam mais ser capazes de dizer muito sobre quem e o que eles representam; limitam-se a discursos genéricos, depois reivindicam favores específicos. Este modelo apenas nos faz mais mentirosos e impotentes! Políticos de “esquerda” e de “direita” não se entendem nos projetos que os vinculam, mas, unificam-se nos métodos da pequenez da ação política quando o assunto é manter-se no poder.

    Nesse contexto, têm surgido proposições que superam este modelo: a eleição de representações informais eleitas pelo voto popular, o fim da emenda parlamentar, o fim da remuneração e incentivos do cargo, a possibilidade do eleitor destituir o mandato de seu representante através de mecanismos rescisórios, a punição mais severa aos eleitores que vendem seus votos, etc.

    Por conta dessa indústria fisiológica, teremos um contingente de eleitores que praticarão o engodo invertido da representação política, enganarão seus representantes, receberão seu dinheiro e não votarão nele. Sabendo disso, eles, os políticos, irão aumentar o número de votos comprados para “engordurar” o seu coeficiente eleitoral. Campanhas de descontentamento com este ou aquele candidato não resolvem. Ninguém está a salvo nesse modelo. É preciso propor novas ideias, projetos e pessoas e que nos coloquemos para empreendê-las.

    Sérgio São Bernardo
    Advogado, Professor Direito Uneb, Mestre em Direito UNB.

    Sergio São Bernardo
    71 99643542





sábado, 14 de julho de 2012

Dilma cita Lula e diz que 'juros estão num nível que nunca antes atingiram'

Presidente participou de cerimônia da Petrobras na Bahia.
Ela citou expressão usada por Lula: 'Nunca antes na história desse país'.

Do G1, em Brasília e do G1 BA
120 comentários

Dois dias depois de o Banco Central anunciar a redução da taxa básica de juros da economia para 8% ao ano, a presidente Dilma Rousseff usou nesta sexta-feira (13) uma expressão do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva para afirmar que a economia brasileira está "em outro caminho" e que está repartindo "o bolo".
“Esse caminho nós viemos construindo desde quando o presidente Lula assumiu o governo em 2003. Agora, em 2011, 2012, nós atingimos uma nova fase. Qual é a fase que nós atingimos? Nós estamos modificando algumas condições do Brasil que eram entraves ao crescimento econômico sustentável do país. A primeira grande mudança tem sido a redução dos juros”, disse.
“Os juros desse país estão num nível que nunca antes, como diria o presidente Lula, ‘na história desse país’, eles atingiram”, completou.
Para Dilma, a atual taxa de câmbio praticada no Brasil é o que “impede que a nossa indústria seja sucateada com produtos do exterior”.
A presidente lembrou uma frase usada recorrentemente no período da Ditadura Militar _”é preciso primeiro aumentar o ‘bolo’ (da renda nacional) para depois reparti-lo”_para mostrar que o Brasil optou por dividir a renda simultaneamente
“Foi-se o tempo em que era concebível que o bolo precisava crescer primeiro para ser distribuído depois. Agora, à medida que construímos o bolo, nós repartimos o bolo. E isso leva sempre a um bolo muito maior do que o inicial.”
Dilma participou de dois eventos na Bahia nesta sexta-feira (13). Primeiramente, foi ao lançamento do empreendimento Enseada do Paraguaçu, estaleiro com investimento previsto de R$ 2 bilhões em Maragogipe e depois ao batismo da plataforma P-59 da Petrobras, construída no canteiro São Roque do Paraguaçu.

Dilma cita Lula e diz que 'juros estão num nível que nunca antes atingiram'

Presidente participou de cerimônia da Petrobras na Bahia.
Ela citou expressão usada por Lula: 'Nunca antes na história desse país'.

Do G1, em Brasília e do G1 BA
120 comentários

Dois dias depois de o Banco Central anunciar a redução da taxa básica de juros da economia para 8% ao ano, a presidente Dilma Rousseff usou nesta sexta-feira (13) uma expressão do antecessor Luiz Inácio Lula da Silva para afirmar que a economia brasileira está "em outro caminho" e que está repartindo "o bolo".
“Esse caminho nós viemos construindo desde quando o presidente Lula assumiu o governo em 2003. Agora, em 2011, 2012, nós atingimos uma nova fase. Qual é a fase que nós atingimos? Nós estamos modificando algumas condições do Brasil que eram entraves ao crescimento econômico sustentável do país. A primeira grande mudança tem sido a redução dos juros”, disse.
“Os juros desse país estão num nível que nunca antes, como diria o presidente Lula, ‘na história desse país’, eles atingiram”, completou.
Para Dilma, a atual taxa de câmbio praticada no Brasil é o que “impede que a nossa indústria seja sucateada com produtos do exterior”.
A presidente lembrou uma frase usada recorrentemente no período da Ditadura Militar _”é preciso primeiro aumentar o ‘bolo’ (da renda nacional) para depois reparti-lo”_para mostrar que o Brasil optou por dividir a renda simultaneamente
“Foi-se o tempo em que era concebível que o bolo precisava crescer primeiro para ser distribuído depois. Agora, à medida que construímos o bolo, nós repartimos o bolo. E isso leva sempre a um bolo muito maior do que o inicial.”
Dilma participou de dois eventos na Bahia nesta sexta-feira (13). Primeiramente, foi ao lançamento do empreendimento Enseada do Paraguaçu, estaleiro com investimento previsto de R$ 2 bilhões em Maragogipe e depois ao batismo da plataforma P-59 da Petrobras, construída no canteiro São Roque do Paraguaçu.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Monteiro Lobato politicamente incorreto

Monteiro Lobato politicamente incorreto


A verdadeira Tia Nastácia com um dos filhos de Monteiro Lobato, em foto de 1913.
No Natal de 1971, ganhei dos meus pais a primeira parte da obra infantil de Monteiro Lobato, que ia de “Reinações de Narizinho” a “Viagem ao Céu”. Lembro-me que comecei a ler as “Reinações” e não consegui mais parar. No dia seguinte, às dez da noite, depois de horas de leitura – que eu havia interrompido apenas uma vez, para almoçar – minha mãe, preocupada, tomou-me o livro das mãos e me mandou dormir. Afinal, eu tinha só sete anos de idade.
As descobertas que fiz naquelas páginas marcou profundamente minhas escolhas posteriores. Naqueles livros, aprendi a valorizar a curiosidade científica. O ceticismo, laicismo e racionalismo que impregnam a obra infantil de Lobato foram angulares na minha formação. Na “Viagem ao Céu”, aprendi astronomia enquanto viajava pelo espaço com Pedrinho, Narizinho, Visconde e Emília. Passei a ver beleza na etimologia graças à “Emília no País da Gramática”. Descobri a geografia nos “Serões de Dona Benta”. O “Poço do Visconde” revelou-me as maravilhas do interior da Terra. Minhas viagens imaginárias pela mitologia grega no “Minotauro” e nos “Doze Trabalhos de Hércules” foram inesquecíveis. Mas nenhum livro marcou mais a minha infância do que “História do Mundo para Crianças”, que li e reli nada menos que cinco vezes.
Lobato antecipou, em sua obra, todo o debate atual sobre como tornar lúdico o aprendizado. Era interdisciplinar numa época em que essa palavra não existia. Seu coloquialismo não soava artificial, diferente do ocorre hoje em muito do que se escreve para o público infantil. Mesmo tendo sido criados nos anos 30, os personagens infantis agiam, falavam e pensavam de forma tão natural que não havia nenhum esforço da parte de um garoto dos anos 70, como eu, para se identificar com eles.
Mas havia algo que me incomodava naquelas páginas. Eu achava Emília muito cruel. A boneca era agressiva, intolerante e egocêntrica na maior parte do tempo e, por vezes, explodia em rompantes de violência. E era racista, muito racista. Meus pais não aprovavam qualquer manifestação de racismo, nem mesmo aquelas que, em surdina, certas famílias da classe média branca reproduziam em piadas ou gracejos. Por isso, algumas passagens da obra de Monteiro Lobato deixaram-me uma impressão ruim, mas que eu acabei por relevar, fascinado pelos seus outros aspectos.
Diante da polêmica levantada, nos últimos dias, pelo pedido de parecer da Ouvidoria da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial ao MEC em relação ao racismo na obra de Lobato, resolvi folhear a esmo alguns dos livros que tanto me encantaram na infância.
Em “Peter Pan”, por exemplo, há um trecho em que se lê: “’Só tomo leite’, explicou a linda princesa. ’Tenho medo de que o café me deixe morena’. ‘Faz muito bem’, disse Emília. ‘Foi de tanto tomar café que tia Nastácia ficou preta assim’”. Tia Nastácia, a cozinheira negra de Dona Benta, era o alvo referido dos insultos racistas de Emília. Nas “Reinações”, a boneca falante destila ódio em frases como: “Mentira de Narizinho! Essa negra não é fada nenhuma, nem nunca foi branca. Nasceu preta e ainda mais preta há de morrer!”.
Em quase todos os livros, testemunha-se o ódio gratuito de Emília contra Tia Nastácia. Gratuito, não. Emília odiava Tia Nastácia porque era ignorante, supersticiosa, beiçuda e tinha a pele escura. Em suma, porque era negra. Não que o comportamento de Emília fosse propositalmente vilanizado, caricaturizado, para, em seguida, ser denunciado. Ao contrário, Emília era a grande heroína das tramas lobatianas. Mais de um estudioso identificaram-na como o alter ego do escritor. O racismo de Emília era o racismo de Lobato.
Não poderia ter sido diferente. Lobato era um homem dos anos 1930. Naquela época, as teorias eugênicas viviam o auge do seu prestígio, não só na Alemanha nazista, onde foram transformadas em ideologia de Estado, mas também nos Estados Unidos e Inglaterra. No livro “Guerra Contra os Fracos”, Edwin Black mostrou que, nos Estados Unidos, o racismo com status de ciência era levado muito a sério. Foi até mesmo transformado em política de governo. Só depois da hecatombe da Segunda Guerra Mundial o mundo acordou do pesadelo da eugenia e as teorias racistas pseudo-científicas foram desmoralizadas de vez.
Além disso, Lobato era filho da mais tradicional aristocracia cafeeira do Vale do Paraíba e, como tal, reproduzia todos os preconceitos de seu meio social. Entre os grandes proprietários de terra, era comum, mesmo após a abolição, que mulheres negras cuidassem, como amas, dos filhos das famílias brancas. Viviam dentro da casa dos patrões/senhores, mas nunca eram consideradas parte da família. Apesar da proximidade física e emocional, eram sempre vistas como um Outro.
No Sítio do Pica Pau Amarelo, Tia Nastácia, a empregada negra de Dona Benta, alvo preferencial dos impropérios racistas de Emília, fora quem criara Narizinho, Pedrinho e a própria boneca. A personagem fora inspirada numa Tia Nastácia real, pagem dos filhos de Lobato, que aparece na figura acima.
Essa extraordinária capacidade de nutrir um sentimento de alteridade em relação aos pobres, mesmo quando se convive diariamente com eles, é o traço que, no meu entendimento, ainda hoje molda a identidade de parte da elite brasileira. É o que o Evaldo Cabral de Mello chamou de sentimento do mazombo: a sensação de viver expatriado da civilização, mergulhado na barbárie da sua própria terra, incapaz de reconhecer os nativos como iguais.
Lobato, como a maior parte dos de sua classe social, enxergava no povo brasileiro um Outro. Basta ver como descreve, em artigo escrito para o Estado de São Paulo, o personagem Jeca Tatu, estereótipo do caipira do interior e, segundo ele, o grande responsável pelas mazelas do país: “funesto parasita da terra (…) homem baldio, inadaptável à civilização”.
Na obra infantil de Lobato, o povo aparece ora como vítima, ora como algoz da sofrível condição brasileira. Muito diferente é o tratamento por ele reservado aos ingleses e americanos. Por exemplo, em “A Chave do Tamanho”, Emília, num toque de mágica, reduziu a humanidade inteira ao tamanho de baratas. No final da história, os norte-americanos foram os únicos que conseguiram reconstruir a civilização a partir da nova realidade.
O parecer do MEC constatou o racismo presente em “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, e recomendou que a obra “só deve ser utilizada no contexto da educação escolar quando o professor tiver a compreensão dos processos históricos no Brasil” (clique aqui para ler o parecer). Noutras palavras, sugeriu que os professores utilizassem criticamente a obra, procurando simultaneamente entender a mentalidade da época.
Foi o que bastou para a gritaria de veículos e articulistas conservadores. Deonísio da Silva escreveu, indignado, no Observatório da Imprensa: “tentaram proibir Monteiro Lobato! Estão sempre tentando ressuscitar a censura. Usam artifícios daqui e dali. Uma hora é o controle da mídia, outra hora é não se sabe bem que tipo de regulamentação desnecessária. O certo é que volta e meia tentam”.
O Casseta e Planeta, cada vez menos engraçado, tentou fazer humor com o episódio, mostrando a “versão politicamente correta” do Sítio do Pica Pau Amarelo, em que Tia Nastácia aparece como socióloga e o Marquês de Rabicó declara não ser mais um porco, e sim um “suíno-descendente”.
Querem que eu adivinhe o título da reportagem da próxima Veja sobre o assunto? Vai ser algo como “A praga do politicamente correto chega aos bancos escolares”, ou talvez “MEC imita Stalin e cria um index de livros proibidos: Monteiro Lobato é a primeira vítima”.
O problema, além da má fé, é que muitos desses críticos só conhecem a adaptação televisiva, feita pela Rede Globo, da obra de Lobato, na qual as referências racistas foram cuidadosamente retiradas. A maioria não se deu ao trabalho de ler seus livros, do mesmo jeito que não se deram ao trabalho de ler o parecer do MEC.
Não quero, com isso, dizer que os livros de Monteiro Lobato não devam ser usados em sala de aula. Podem ser usados desde que sofram adaptações. A obra de Lobato é encantadora, e ainda pode despertar, em muitas crianças, o mesmo fascínio pela ciência e pela leitura que despertou em mim.
A obra literária original seria reservada aos alunos do ensino médio e universitário e aos adultos, já com maturidade suficiente para contextualizá-la historicamente. Para as crianças, seriam feitas pequenas adaptações, especialmente nas falas de Emília, de modo a retirar as referências racistas.
Não seria a primeira vez que uma obra passaria por adaptações para leitores infantis. Quando criança, li uma versão infanto-juvenil das “Mil e Uma Noites”, publicada pela Abril Cultural. Só depois de adulto, ao ler uma tradução do original em árabe, descobri o quanto aquelas histórias, que me pareceram tão inocentes na infância, envolviam situações de violência, mutilações, sexo, pedofilia, estupro e incesto. A obra original, definitivamente, é desaconselhável para crianças, mas por que negar a elas o sabor das fantásticas aventuras de Aladim, Simbad e Sherazade? O próprio Monteiro Lobato traduziu e adaptou obras clássicas para o público infantil, como “Robin Hood”, “Peter Pan” e “Dom Quixote”.
Adaptação e leitura crítica não são censura. Os que, tão enfaticamente, se colocaram contra o parecer do MEC nunca leram “Memórias da Emília”, especialmente o trecho em que a boneca retruca Tia Nastácia: “Burrona! Negra beiçuda! Deus que te marcou, alguma coisa em ti achou. Quando ele preteja uma criatura é por castigo. (…) Esta burrona teve medo de cortar a ponta da asa do anjinho. Eu bem que avisei. (…). E ela, com esse beição todo: ‘não tenho coragem, é sacrilégio… ’ Sacrilégio é esse nariz chato”. Imagine uma professora lendo isso numa sala de aula com crianças negras. Imaginou? Pois é…

quarta-feira, 4 de julho de 2012

São João é marcado pela paz, alegria e a mistura de ritmos

Estima-se que 20 mil pessoas/dia curtiram o Arraia do Chico 2012 nos dias 22, 23 e 24 de junho, ao som de mais de 12 atrações.
São João é marcado pela paz, alegria e a mistura de ritmos
O maior e melhor São João da Bahia foi marcado pela paz, alegria e a mistura de ritmos e estilos musicais. Estima-se que cerca de 20 mil pessoas/dia curtiram o Arraia do Chico 2012 de São Francisco do Conde, nos dias 22, 23 e 24 de junho, ao som de mais de 12 atrações que embalaram o público cantando axé, sertanejo, romântico, pagode, samba e, como não poderia faltar, o autentico forró pé de serra. Nos dias 28 e 29 de junho, mais oito atrações irão animar sanfranciscanos e visitantes no município.
Abriram os festejos, os cantores Paulo Góes, a dupla César Menotti e Fabiano que apresentou um repertório romântico e inovou ao cantar músicas como: Super Fantástico, sucesso da Turma do Balão Mágico. O pagode da banda Harmonia do Samba também teve espaço garantido e como já era de se esperar, Xandy botou todo mundo para dançar.
No segundo dia de festa, 23, a escola de samba Unidos da Tijuca trouxe o ritmo do carnaval carioca para a orla da cidade. Após o desfile, a escola de samba subiu ao palco principal para dar um show de diversidade musical.
O público, que não ficou parado, lotou a Praça Maria do Benzê para conferir de perto o primeiro show do cantor Thiaguinho, depois da sua saída do Exaltasamba. Calcinha Preta fechou a segunda noite do Arraiá do Chico cantando antigos e novos sucessos de forró da banda que participou de todas as edições da festa.
Na noite de São João, o Trio Nordestino “esquentou” o publico com o seu autêntico forró pé de serra com zabumba, triângulo e sanfona. No segundo show do placo principal, sanfranciscanos e turistas cantaram junto as músicas com Michel Teló, que misturou sertanejo, balada, dance, axé, arrocha, pagode e outros estilos em uma apresentação muito dançante. A surpresa da noite ficou por conta da interpretação da música Someone Like You, da cantora e compositora britânica Adele. Também se apresentaram, as bandas Arreio de Ouro e Cavaleiros do Forró.
Além do palco principal foi montada uma estrutura com restaurantes, bares e muito forró no Caramanchão, que funcionou, todos os dias, até o final da festa com apresentação de quadrilha, samba e bandas de forró. A Tenda Cultural, casa de taipa que retrata a vida do sertanejo, foi um dos lugares mais concorridos do Arraiá do Chico.
O desfile, pelas ruas do município, dos blocos juninos também fez parte da programação. “Aborreceentes”, “Ai Se Eu Te Pego”, “Só As Delícias” e “É Muleke” colocaram o público para dançar até o anoitecer. O tema deste ano é Maria Bonita e Lampião e a Saga pelo Sertão. Em 2012 é comemorado o centenário da primeira grande mulher do cangaço.
Saiba tudo o que aconteceu nos três duas de festa através do site arraiadochico2012.com.br

Estrutura
O município de São Francisco do Conde registrou uma das festas mais tranquilas do estado, de acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Além do videomonitoramento, cerca de 100 policiais atuaram diariamente no efetivo local portando rádios comunicadores e detectores de metais. A segurança foi também reforçada na entrada da cidade. No circuito oficial foi montado um Posto de Comando Setorial e viaturas também realizam rondas nos bairros, garantindo o São João da paz.
Entre os inúmeros serviços da Prefeitura presentes na festa teve o Posto de Saúde, Acolhimento e Triagem, em que a equipe esteve apoiada por uma ambulância e pelas unidades do SAMU. Teve ainda o Posto de Vigilância à Saúde e Distribuição de Preservativos trabalha, com estimativa de distribuição de 7 mil preservativos, além do Observatório Racial que atuou com as atividades de combate à discriminação e homofobia. Os profissionais realizaram trabalhos educativos e de fiscalização.