A Origem do 20 de novembro
A ONU no ano de 1971 instituiu o
Ano Internacional para Ações de Combate ao Racismo e a Discriminação Racial,
nesse ano no dia 20 de novembro se realizou a primeira manifestação alusiva a
Zumbi de Palmares pelo Movimento Negro em todo o território nacional pelo Grupo
Palmares de Porto Alegre. A escolha dessa data foi do grande poeta e militante
negro do Rio Grande do Sul, Oliveira Silveira.
Zumbi foi, incontestavelmente, o
líder da ultima fase da existência da Republica de Palmares. Representa, por
isto, a combatividade, o denodo, a obstinação e o heroísmo. Foi por isto mesmo
aquele que encarnou, na sua biografia, a grande trajetória da resistência do
seu povo. Zumbi segundo pensamos, foi a antecipação dos grandes ideais da nação
brasileira. Antecipação como modelo de liderança que foi até as ultimas
consequências, dando a sua vida pelos ideais libertários que representou,
também como negro que concentrou na libertação dos escravizados esse ideal de
liberdade.
Tradução por: Samuel Azevedo – Pan-africanismo
Cheikh Anta Diop nasceu em 1923
em uma pequena cidade de Senegal, Caytou. A África esta sob o domínio colonial
Europeu que tem posto em relevo o trato negreiro do atlântico que começou no
século 16º. Logo a violência na África torna-se objeto, não de natureza
exclusivamente militar, politica ou econômica. Teóricos como (Voltaire, Hume,
Gobineau, Lévy Bruhl, etc...), e instituições europeias (O Instituto de
Etnologia da França criado em 1925 por L. Lévy Bruhl, por exemplo), aplicaram-se
a legitimar ao plano moral e filosófico a inferioridade intelectual decretada
do Negro. A visão de uma África sem historia e atemporal onde seus habitantes,
os Negros, não tiveram jamais a responsabilidade, por definição de nenhum feito
civilizatório, se impôs através dos escritos e impresso nas consciências. O
Egito igualmente foi arbitrariamente ligado ao oriente e ao mundo mediterrâneo
geograficamente, antropologicamente e culturalmente.
“O Africano que nos compreenderá
será aquele que, depois da leitura de nossa obra, verá nascer nele outro Homem,
animado de uma consciência histórica um verdadeiro criador, um Prometeu
portador de uma nova civilização e perfeitamente consciente de que toda a terra
deve a sua gênialidade ancestral dentro de todos os domínios: Ciencia, Cultura
e Religion.” (Cheik Anta Diop, Civilisação ou Barabarie)
CONTRIBUIÇÃO AFRICANA, NO MUNDO DAS ARTES, CIENCIA E TECNOLOGIA
CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS AFRICANOS
PARA O CONHECIMENTO CIENTIFÍCO E TECNOLÓGICO UNIVERSAL CARINA CUPERTINO JANE
NEVES NANCY SANTOS VANESSA NEVES
INTRODUÇÃO O
continente africano é onde hoje vivem muitos grupos diferentes de pessoas com
cultura e histórias estabelecidas ao longo de vários anos. Um povo de um vasto
leque de características indígenas e estrangeira, bem diversas, com vários
traços culturais, comuns, traços artísticos variando em semelhança. As
distinções dentro do próprio continente africano, como os climas diferentes em
todo o continente criaram a diversidade em estilos de vida entre os seus habitantes
dentro dos seus desertos e selvas, em relação também a população africana que
vive em cidades modernas através do continente.
Se considerarmos
que a ciência e a tecnologia são campos do conhecimento utilizados, em
essência, na compreensão e manejo do ambiente que nos cerca, podemos observar
que todos os povos, em seus mais remotos momentos históricos, foram dotados de
conhecimento científico e tecnológico para atender aos níveis de complexidade
de suas sociedades. O desenvolvimento das nações nessas áreas do conhecimento
deve-se, principalmente, às particularidades dos seus processos históricos e
culturais. Isso não está relacionado com maior ou menor grau de inteligência ou
aptidão de certos agrupamentos humanos. Vale enfatizar essa questão para fazer
desaparecer teorias racistas a respeito da suposta inferioridade de
determinados grupos humanos em relação a outros no que se refere à capacidade
cognitiva para praticar o desenvolvimento em suas sociedades.
Ao nos
referimos as contribuições dos povos africanos para o conhecimento científico e
tecnológico mundial, queremos chamar a atenção para algumas das principais
conquistas científicas e tecnológicas dos africanos e afro-brasileiros
desenvolvidos por esses pesquisadores que promoveram um valioso conhecimento
para a humanidade. ● Medicina O Egito possuía uma ciência médica e
farmacológica sistematizada e muito desenvolvida, cujas recentes descobertas
mostram que os cientistas egípcios tiveram a capacidade de promover cirurgias
complexas como as cerebrais, de catarata ou o engessamento de membros com ossos
quebrados, conhecer substâncias cicatrizantes e anestésicas. O avanço da
medicina foi impulsionado, principalmente, pelo desenvolvimento da técnica de
mumificação que consistia em um conjunto de procedimentos químicos e físicos
visando a preservação dos corpos.
Outra característica
da medicina desenvolvida pelos egípcios foi a especialização que possibilitou o
desenvolvimento, por exemplo, da odontologia que naquela época, já usava brocas
e praticava os procedimentos de colocação de próteses e drenagem de abscessos.
Os métodos contraceptivos também já eram do conhecimento dos egípcios.
● ASTRONOMIA Nesse
campo do conhecimento é interessante citar as contribuições dos antigos
africanos da nação Dogon, situados na região do antigo Mali. Eles já tinham
conhecimento da existência de um pequenino satélite da estrela Sirius, que era
visível a olho nu. Eles eram conhecedores de oitenta e seis elementos
fundamentais, da astronomia, reproduzindo assim a sua trajetória em desenhos
que conferem precisamente com a órbita observada pela astronomia moderna.
ENGENHARIA A
riqueza das realizações tecnológicas dos povos africanos é bem documentada. Os
resultados da experiência dos professores de antropologia Peter Schimidt e o
professor de engenharia Donald Avery ambos da Universidade de Brow, Estados
Unidos. Em 1978, esses pesquisadores anunciaram que tomaram a ciência da
tecnologia usada pelo povo Haya (povo habitante de uma região da Tanzânia entre
1500-2000 anos atrás, para produzirem aço em fornos que atingiam temperaturas
mais altas que os fornos europeus fossem capazes (200º a 400ºC de diferença)
até o século XIX. O professor Peter Schimit conseguiu reproduzir, junto com os
Haya a antiga tecnologia de fundição, a partir da tradição guardada capazes de
resgatar e reconstituir as técnicas antigas de engenharia.
● ARQUITETURA Outra
obra de engenharia bastante impressionante pelos seus recursos tecnológicos são
as ruínas da muralha do complexo urbano do Grande Zimbábue. Nessa monumental
construção as pedras são colocadas uma em cima da outra, sem cimento, de forma
semelhante às construções dos sítios históricos do Peru (Macchu Picchu e Cuzco)
● MATEMÁTICA A
construção das pirâmides do antigo Egito também é um exemplo da grande
contribuição dada pelos povos africanos à engenharia e à arquitetura. A
matemática envolvida nessas construções é realmente impressionante. O uso de
coordenadas retangulares para desenhar curvas e a precisão de até 0,07º
aplicada no traçado de ângulos demonstra o avançado estágio da matemática nesse
país africano.
● NAVEGAÇÃO - A
Navegação também foi um ponto forte do legado dos povos africanos. No Egito, a
tecnologia naval era suficientemente desenvolvida a ponto de terem realizado a
circunavegação da África cerca de 2000 anos antes do suposto pionerismo dos
portugueses.
O LEGADO CIENTÍFICO BRASILEIRO: O
rigor imposto pela escravidão no Brasil não foi suficiente para destruir uma
cultura milenar, como é o caso da cultura africana, que no Brasil foi novamente
elaborada com o objetivo de continuar orientando os seus descendentes. A
ciência e a tecnologia desenvolvidas pelos africanos, enquanto formas de
expressão de sua cultura, foram muito abaladas com o processo escravocrata, uma
vez que todo um continente foi desestruturado para saciar a ganância dos
colonizadores europeus e, nesse sentido, não foram poupadas as crianças, os
jovens, nem os adultos. O desenvolvimento de novas idéias e a manutenção de um
sistema educacional que propiciasse um maior desenvolvimento social para os
povos africanos.
● OS AFRICANOS NO BRASIL Ao chegar ao Brasil, os africanos foram inseridos
como seres sem passado e tiveram a sua condição humana negada. Considerando o
aspecto emocional no desempenho cognitivo, o que dizer das condições dadas aos
africanos e afrodescendentes para produzir conhecimento no contexto da
sociedade escravocrata brasileira. O determinismo histórico não se confirmou e
em meio à sociedade escravocrata e pós-abolicionista emergem personagens afro-brasileiros
que deram contribuições importantíssimas para o desenvolvimento da ciência e
tecnologia no Brasil. Os engenheiros André Rebouças e Teodoro Sampaio e o
Médico Juliano Moreira representam bem a superação desses afro-brasileiros.
ANDRÉ REBOUÇAS: Construção pioneira de
docas No Rio de Janeiro, Bahia em Pernambuco e Maranhão. Implantou o sistema de
abastecimento de água do Rio, e especialista em engenharia TEODORO SAMPAIO
hidráulica. Reconstrução do velho prédio da Faculdade de Medicina em Salvador, Deputado
Federal e Diretor da Faculdade da USP. E conseguiu trazer grandes intelectuais
internacionais para a USP.
JULIANO MOREIRA Nascido em Salvador
em 1873, ele foi uma grande referência da medicina brasileira. Formou-se em
medicina e cirurgia em 1891. No Rio de Janeiro, Foi nomeado Diretor do Hospital
Nacional de Alienados. Com seus esforços junto ao Ministério do interior
conseguiu a aprovação de uma lei de Assistência aos doentes mentais, pesquisou
sobre Doença endêmica crônica e foi nomeado Diretor Geral da assistência à
psicopatia no Rio de Janeiro, onde permaneceu por vinte e oito anos.
MULHERES AFRICANAS Três grandes mulheres
africanas se destacaram na ciência. Foram elas, Aganike - Segundo o astrônomo
Ronaldo Mourão (2007), a primeira mulher africana de que se tem noticia na
ciência é uma egípcia chamada Aganike (cerca de 1878 a.C.), reconhecida pelo
seus talentos como filósofa e astrônoma durante o reinado de seu pai Sésostris
(século XIX a.C.). - Hipácia Considerada a última grande cabeça a frequentar a
biblioteca de Alexandria. Hipácia que nasceu no Egito por volta de 470 a.C., no
continente Africano. Estudou astronomia, matemática e filosofia; provavelmente
influenciada por seu pai o astrônomo egípcio Theon.
Cleópatra Nasceu em 69 a.C. na
cidade de Alexandria. Pertencente a dinastia dos Ptolomeus, Cleópatra se
destacou em ginecologia, obstetrícia, cosmética e doenças de pele. (ALIC,p.33,
1986 apud MURFIN, 1992).
EXEMPLOS DE
CIENTISTAS AFRICANOS:
Garrett Augustus Morgan (1877-1963) - Inventor da máscara anti-gás, em 1921, e
do semáforo, patenteado em 1923. Lewis Latimer - trabalhou com Thomas Edison e
Alexander Graham Bell desenhando o projeto do primeiro telefone de Bell e foi
consultor de Thomas Edison no projeto da lâmpada elétrica. Mark Dean - Ph.D. da
Stanford University, projetou o computador pessoal e liderou a equipe que criou
o processador de 1 GHz.
Patricia E.
Bath - inventou a técnica da cirurgia de olho a laser.
Frederick Jones - em 1935, inventou o primeiro sistema de refrigeração para
caminhões, que depois foi adaptado para outros automóveis. J.W. Smith -
inventou um dispositivo para molhar jardins, o aspersor. Sarah Boone -
patenteou em 26 de abril de 1892 a tábua de passar roupa.
Jan Matzeliger - inventou a máquina
de colar sola de sapato, contribuindo assim para a produção de sapatos em larga
escala. Lydia Newman - a escova de cabelo. John Love - o apontador de lápis.
Lee Burridge - a máquina de escrever John Burr - o cortador de grama. Alice
Parker - o aquecedor de água.
Alexander Miles - patenteou o elevador
elétrico em 11 de outubro de 1887. Apesar de não ter sido o inventor do
elevador, ele aperfeiçoou o método de abrir e fechar as portas do elevador e
melhorou o fechamento e abertura do poço do elevador quando o elevador não está
no andar. Miles criou um mecanismo automático que impede o acesso ao poço, o
que evitou vários acidentes. Antes, o acesso ao poço era impedido manualmente.
Charles Drew - na década de 30, criou a técnica de armazenagem de sangue em
bancos de sangue. Antes dela, o sangue não poderia ser armazenado por mais que
dois dias porque as células vermelhas eram perdidas. Em 1945, criou a bolsa
para armazenar plasma. Dr. William Hinton - inventou o teste para detectar a
sífilis. Benjamin Banneker - inventou o almanaque, aproximadamente em 1791.
Lewis Howard Latimer - inventou o filamento de dentro da lâmpada
elétrica. Dr. Daniel Hale Williams - executou a primeira cirurgia aberta de
coração. Lloyd Quarteman – Físico, na equipe científica desenvolveu o primeiro
reator nuclear na década de 1930 e iniciou a era atômica no mundo. Roberto E.
Shurney – Físico que desenvolveu os pneumáticos de malha de arame para o robô
da Apolo XV que tocou a superfície da lua em 1972. Percy L. Julian – Químico,
abriu o caminho para o desenvolvimento do tratamento do mal de Alzheimer e do
glaucoma com seus experimentos em 1933.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Apresentamos
aqui, as importantes contribuições tecnológicas e científicas dos povos
africanos e afro-brasileiros para o mundo, colocando que essa contribuição não
se resume apenas em relação aos elementos culturais, como culinária, dança,
música e linguagem. Destacamos o a sua capacidade intelectual para o
estabelecimento e sustentação técnica e econômica para o mundo e à sociedade
brasileira.
Obrigado pela contribuição estou precisando muito desde documentário....
ResponderExcluirA postagem é muito interessante! Vou usar alguns trechos num trabalho que vou passar para meus alunos! Citarei o blog nas referências! Obrigada pela valiosa contribuição! É um material riquíssimo!
ResponderExcluirBoa tarde, obrigada! Muito importante e completo. Grande Contribuição.
ResponderExcluirme desculpe, mas fiz umas pesquisas e vários nomes citados não são de africanos. são afro-americanos, ou no caso da Aganike e da Hipácia vi que são gregas.
ResponderExcluirlegal
ExcluirTenho de agradecer pelos os vossos esforços...
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